quinta-feira, 1 de maio de 2014

Secando as lágrimas


Não era um acontecimento, era apenas o término de mais um namoro, um namoro que durou 13 meses, que foi bom, mas não o suficiente para engrenar.
Eu participei ativamente de sua vida, conheci parentes queridos, pessoas que gostaram e simpatizaram comigo. Não desempenhei nenhum papel, fui eu com toda a plenitude do meu ser, já passei da fase de tentar agradar, sou menos flexível do que gostaria.
Na nossa relação houve mudanças verdadeiras, a gente se moldou, um melhorou alguns aspectos do outro, levou um tempo para que nos encaixássemos como casal, tocamos nossa vida com muita independência e muito respeito.
O amo como pessoa, o admiro pelo que é e conseguiu conquistar, mas não me sinto preparada para casar, para dividir o mesmo teto, para ser mãe, não me cobre um amor com obrigações e foi com essas palavras que a gente se despediu.
Ele está certo em partir, o tempo dele está bem diferente do meu, ele quer viver experiências que eu já vivi, ele quer dar valor a família, ao mesmo teto, as atribuições nem sempre fáceis de um lar e eu com um medo inconcebível de destruir com a convivência e intimidade todo esse lindo amor já conquistado.
Não há como mudar as pessoas, nem achar que sabemos o que é melhor para elas, talvez eu me arrependa de não ter casado com alguém tão incrível, mas não quero forçar a fazer algo que não me sinto preparada, prefiro ficar ali sozinha refletindo sobre tudo isso e sofrendo, claro!
Não quero esperar tanto de um relacionamento, altar, bolo, velas, juras, filhos, sexo, apenas queria ser entendida e compreendida no meu momento, com as minhas experiências mal sucedidas.
Eu atravessava a vida alegremente, estava feliz quando o coração despertou para mais um amor, um amor diferente, sem conflitos, sem as frustrações de tentar mudar as pessoas, com a cooperação de irmãos, uma união de almas, que nunca me sufocou e que nunca foi egoísta.
Erámos a liberdade de casal, a superação das convenções, o encontro profundo de dois corações puros, sem nos importarmos com as divergências religiosas, econômicas, sociais e políticas, éramos seres individualizados unidos pelo amor e pelo relacionamento construído dia a dia.
No fim das contas, fui feliz, talvez esteja deixando escapar o belo momento de me unir a alguém incrível, com uma lealdade incondicional, um ser livre que tanto admiro, um ser que pode ir, enquanto eu prefiro ficar. Por ora o meu coração desacelera.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://luizlee86.files.wordpress.com


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