sábado, 5 de outubro de 2013

Agora não volto mais




                                                         Imagem: http://larinhacrysthine.blogspot.com.br/

Sou de voltar pouco atrás, na verdade nenhuma decisão séria não foi definitiva, tenho decisões súbitas, não são decisões refletidas por anos e anos, não são decisões pensadas e repensadas, colocadas no papel seus prós e contra, foi tudo na base da impulsividade, sei lá, quando agimos por impulso tendemos a nos arrepender, mais comigo isso não acontece com facilidade, talvez porque me adapto fácil a qualquer realidade, seja ela mãe, filha, esposa, solteira, namorando. As decisões caíram no meu colo e eu segui o instinto, modéstia a parte acho que tomei decisões importantes, pelo menos para mim.
Parece o fim do mundo quando você contraria interesses, quando você não se encaixa em determinado padrão ou quando você se divorcia mesmo sendo uma prática comum, tudo muda, o jeito como as pessoas te olham, o jeito como as amigas se comportam, e os conselhos de que homem é tudo igual, todos egoístas e todos preguiçosos. Você discorda de toda a teoria relatada por horas, mas pra quê mesmo discutir se a decisão foi tomada em comum acordo? E nada vai mudar?
O tempo demonstra o quanto às coisas eram desiguais, o quanto o mundo avança, antes se discriminava ferozmente uma pessoa pela cor da pele, hoje essa discriminação é velada, passou a ser crime inafiançável, mas antes era aceitável porque mesmo? E assim o voto, a mulher CEO, que precisou deixar a vida de dona de casa, e todas as táticas para camuflar o machismo e dar tratamento igualitário às mulheres, mas ainda hoje precisamos lutar por alguns direitos esquecidos.
Não encontro motivos para situações desiguais em vários âmbitos, ser mulher não me anima em várias questões, casa, comida, filhos, marido, profissional, tudo recai sobre as costas, mas ser mulher também comove, estar pertinho do filho quando ele diz mama, acompanhar os primeiros passinhos, a ligação do leite materno, o transe de ser apaixonada por um serzinho tão teu.
Parei para pensar em tudo, em decisões, na vida, na família, decidi desenferrujar conceitos antigos, de vida mais ou menos, de dar satisfação para quem está em volta, escolhi como opção o equilíbrio ente alma, corpo e mente, eu podia fazer qualquer coisa a qualquer hora, caçar um dinossauro se eu quisesse, meu sim tornou-se uma arma poderosa, meu não também, eram as decisões que cercavam a minha vida de bom senso. Chegava ao fim à fase não sei.
Organizei todos os complexos, limpei as raivas, despachei os ressentimentos, rasguei os sentimentos que faziam pesar meu coração, morri em desapegar as feridas, a gente se acostuma com elas, à gente se acostuma a ser coitada e pobrezinha, romantizei a vida, abracei as boas causa, instruí-me de novos conceitos e tomei mais uma sábia decisão: SER FELIZ!
- Arcise Câmara



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