sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Um passo tão leve




                                                                          Imagem: http://renata-recolorindo.blogspot.com.br/

Fazia tem que não me sentia tão suave, tão sem impulsos, tão livre...
Acho que agora eu me orientei na direção certa, acho porque a vida não é exata, posso descobrir amanhã que estava redondamente enganada, que havia me movimentado na direção oposta dos meus sonhos.
Vagando por minha imaginação admito que mudo com bastante frequência, sou mulherzinha em certas ocasiões e mulher macho em tantas outras, sou amor e sou instinto, ataco e recuo, sou exuberante e desgrenhada, eu me embalo na ideia de ser o que eu quiser na hora que eu quiser, mas vem a culpa carregada de remorsos, vem a ilusão da falsa liberdade,  vem a vontade de pertencer as regras impostas para evitar julgamentos, vem a força do perdão que me modifica e faz eu acreditar nos mesmos seres que me sacanearam.
A gente muda e as pessoas percebem, se intimidam com sua mudança, entram em observação de sua nova pessoa, encontra-se com a sua nova fase mais ou menos estourada, mais ou menos zen, mais ou menos intelectualizada, mais ou menos descansada, mais ou menos amorosa.
E não importa como a gente era tempos atrás, não importa se a nossa sensibilidade endureceu, se eu escolhi você ou você quem me escolheu, se nos encontramos pelo acaso ou pelo destino, se parece que nos conhecemos há séculos ou se temos algo de outras vidas, se estamos em coma romântico ou se abstraímos as ilusões.
Tudo se encaixa ou se afasta, tudo floresce ou morre, tudo vira lixo ou ouro, a vida é assim, os obstáculos servem para serem superados, as conquistas são a prova disso, quanta superação, quanto amor, quanta saúde, quanto rock, quantas plumas, quanto sentimento leve de quem estar feliz ou pelo menos procura sua própria felicidade, quanta esperança por dia melhores.
Somos potencialmente bons, potencialmente amáveis, potencialmente incríveis, não nos dominamos pelo percentual ínfimo das desgraças, da crueldade, do desanimo, dos crimes, das drogas, somos mais que tudo isso. Concentramos nossa energia para o que nos eleva, nos faz flutuar, nos estimula a ser hoje melhores do que fomos ontem, a ser e viver com coragem, coragem para transformar o inacabado, o torto, o medíocre, coragem para desenhar novas histórias, contar novos contos, viver de outras formas: com plenitude e amor.
- Arcise Câmara


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