sexta-feira, 16 de maio de 2014

Eu não quero brigar por isso


Namorar um homem com filho, ser uma segunda mãe para os filhos dos outros não costumar dar certo, eles já têm mãe eu sei, mas namorar e sair acompanhado de crianças pequenas exige cuidado e atenção que nem todo pai sabe dar, são enjoos, birras, tolices, malcriações, mas também tem o lado bom, meigo e sincero de toda criança.
O ponto e o assunto principal é que não quero brigar por isso, não quero disputar atenção com criança, não quero me transformar em mãe, não quero ser simpática com tolices para não me meter, não quero alguém me dizendo como me comportar com essa situação tão nova e inusitada.
Não me passa pela cabeça coisas absurdas e egoístas de ter que sustentar mais um, ou de me frustrar diante da possibilidade de me adaptar a uma família já construída, o que me intriga é como cada um pode desempenhar o seu papel sem interferir no papel do outro, como estabelecer o melhor para a criança.
É bom mesmo não se importar com a educação ou seguir a frase do quem pariu Mateus que o embale ou entender que sou jovem demais para tamanha responsabilidade, vale a pena bombardeá-lo com perguntas sobre a ex-mulher.
Como tiro a culpa da cabeça, como transformar carinho em amor pelos enteados, como acolher com simpatia, como ser aceita como sou, que papel desempenho, como me sentir necessária, como tomar decisões precisas quando o relacionamento pai e filho(a) nos afeta, são dúvidas que acompanham toda madrasta.
Eu preciso tanto entender esse universo, não sou a mulher mais exuberante do mundo, não sou diferente da maioria, sou apenas uma sobrevivente que ama alguém que já teve uma história com o fruto (filho) desse amor do passado e que fica insegura diante de tanta coisa.
Olho para a criança e vejo o charme e a elegância do pai, o olhar expressivo da mãe, as características comuns tão facilmente detectadas. Me foi dado vários motivos para ficar nesse relacionamento, às vezes prendo minha opiniões numa dourada, não compreendo muito a dinâmica, mas entendo que só cabe a eles.
Outras vezes fico desconfiada, sinto-me resolvendo conflitos de alienação parental, envolvo-me o mínimo possível, mesmo que o ame apaixonadamente preciso que ele enxergue as coisas como são e não porque eu enxergo, eu aponto, eu cobro ou eu perco a quietude.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: s-moseley.blogspot.com


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