Namorar um homem
com filho, ser uma segunda mãe para os filhos dos outros não costumar dar
certo, eles já têm mãe eu sei, mas namorar e sair acompanhado de crianças
pequenas exige cuidado e atenção que nem todo pai sabe dar, são enjoos, birras,
tolices, malcriações, mas também tem o lado bom, meigo e sincero de toda
criança.
O ponto e o
assunto principal é que não quero brigar por isso, não quero disputar atenção
com criança, não quero me transformar em mãe, não quero ser simpática com
tolices para não me meter, não quero alguém me dizendo como me comportar com
essa situação tão nova e inusitada.
Não me passa
pela cabeça coisas absurdas e egoístas de ter que sustentar mais um, ou de me
frustrar diante da possibilidade de me adaptar a uma família já construída, o
que me intriga é como cada um pode desempenhar o seu papel sem interferir no
papel do outro, como estabelecer o melhor para a criança.
É bom mesmo não
se importar com a educação ou seguir a frase do quem pariu Mateus que o embale
ou entender que sou jovem demais para tamanha responsabilidade, vale a pena
bombardeá-lo com perguntas sobre a ex-mulher.
Como tiro a
culpa da cabeça, como transformar carinho em amor pelos enteados, como acolher
com simpatia, como ser aceita como sou, que papel desempenho, como me sentir
necessária, como tomar decisões precisas quando o relacionamento pai e filho(a)
nos afeta, são dúvidas que acompanham toda madrasta.
Eu preciso tanto
entender esse universo, não sou a mulher mais exuberante do mundo, não sou
diferente da maioria, sou apenas uma sobrevivente que ama alguém que já teve
uma história com o fruto (filho) desse amor do passado e que fica insegura
diante de tanta coisa.
Olho para a
criança e vejo o charme e a elegância do pai, o olhar expressivo da mãe, as
características comuns tão facilmente detectadas. Me foi dado vários motivos
para ficar nesse relacionamento, às vezes prendo minha opiniões numa dourada,
não compreendo muito a dinâmica, mas entendo que só cabe a eles.
Outras vezes fico
desconfiada, sinto-me resolvendo conflitos de alienação parental, envolvo-me o
mínimo possível, mesmo que o ame apaixonadamente preciso que ele enxergue as
coisas como são e não porque eu enxergo, eu aponto, eu cobro ou eu perco a
quietude.
- Arcise Câmara
- Crédito de
Imagem: s-moseley.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário