quarta-feira, 7 de maio de 2014

Controlando o comportamento do outro


A gente acena com a cabeça educadamente para a pessoa que nosso amado acabou de cumprimentar, não demora nem dois minutos para que perguntemos quem é, encontramos uma maneira de dizer o quanto ela é bonita e ficamos observando a sua reação.
Somos mentirosos, quando não admitimos ter esperança em mudar o lado chato do outro, quando o outro fura nossas expectativas, ou quando a relação está sem graça e só você enxerga isso ou quando o estresse está cada vez mais frequente.
Um erro elementar é achar que aceitamos o outro de qualquer jeito, sem as responsabilidades de nos fazer sentir felizes, sem as tentativas de agradar o nosso eu, sem as predileções que acalentam o nosso coração.
Seria simplesmente ótimo não ter aversão por nenhum dos seus defeitos, ficar feliz facilmente e não ligar para o que me incomoda, com muita dignidade e sem sofrimento, com amizade e entusiasmo, mas algumas coisas me ferem completamente.
Eu quero um pedaço de você, quero modificar seus pensamentos, quero a satisfação de moldar segundo minhas emoções, quero amar quem tem a ver comigo, quero rir à toa e nada que me oprima, porém não percebo o quanto oprimo suas atitudes mais singelas, com minhas negligências infantis.
Não preciso te convencer a nada, nem vejo graça nas mágoas que causo, sou altamente responsável por ferir você, sei disso, eu gosto de um monte de pessoas com inúmeros defeitos, mas não convivo com elas, são apenas visitas em minha vida.
Sei que chego a ser feroz e imprevisível, sei que já te machuquei gravemente, sei que você por vezes já se arrependeu de me ter tão perto, com a minha incansável imaturidade, sei que jamais achei ser possível e natural esse controle que exerço, não é natural nem para mim.
Amor é bondade,  é bons momentos, é uma virada na vida, é o segredo da juventude do sorriso, é encontrar alguém em si mesmo e viver com impulso, alegria, vivacidade, esperança, curiosidade, sem pedras nos sapatos, sem indisposição.
Amar é enxugar as lágrimas, é ter ternura no coração, é estar ao lado, se achar jovem para um monte de esquisitices, pegar no sono juntos, brindar os anos, compartilhar emoções, lutar pelo óbvio, fazer planos à meia-idade, mudar pequenas atitudes por causa do amor que sente.
Amar é não se lamentar das imperfeições, é chegar a um acordo, é voltar para casa feliz, é tratar da saúde, é ter medo de morrer e deixar os amores é vencer o controle do que não nos pertence, mas permanece porque quer.
- Arcise Câmara
- Crédito de imagem: cientistaqueviroumae.com.br


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