domingo, 20 de abril de 2014

Usando “burca”


O que é liberdade?
Será que a liberdade para mim é a mesma que a liberdade para as mulheres do oriente médio?
O que é independência?
 O que considero in-de-pen-den-te?
Quando estamos incentivando a fazer a coisa certa?
E o que é a coisa certa?
Para o meu próprio bem ou egocêntrico bem?
Enfim um saco! Se meter na cultura alheia, nas tribos alheias, é trabalho duro, mas vale a pena respeitar as diferenças, podemos agir de forma diferente, investir nas coisas certas ao invés de julgar comportamentos.
Que mundo mais injusto, pessoas, mitos, lendas, convenções, a honestidade das palavras é uma coisa complicada, nossos anseios mais profundos se misturam com a forma que vemos o mundo, mas como será que o mundo nos ver?
Quando algo acontece ou é bom ou é ruim, às vezes vemos como ruim algo bom, outras vemos como bom algo ruim e é essa complexidade que não nos define, depende até do tempo, do momento, da nossa postura em relação à vida. Hoje posso isso, amanhã não posso mais.
A coisa mais importante que existe custa algo que eu quero e não se compra apenas se conquista, com um sim ou com um não, tudo parece relacionado comigo e com meus interesses, embora eu esteja sempre achando que não sou juíza de nada ou ache que desconheço qualquer preconceito, ou ainda, me sinto mais tolerante que a maioria sem me achar a pessoa mais importante da vida, apenas perco o foco na avaliação.
Nossos pré-conceitos estão associados às dores e mágoas mais profundas, a crença, a distância da cultura alheia, ao controle de certo e errado, a ideia errônea de cura e libertação ou de doença e transgressão, ao meu direito de decidir pelo outro.
No meu tempo dizem os mais antigos não havia isso, talvez seja um comprimido difícil de engolir ou ainda uma luz muito forte que ofusca a visão, porém a vida é para ser compartilhada, sem que você esqueça quem é, mulher, homem, ser humano, avô, pai, enteada. Temos o direito de ser protegida, e não devemos nos esconder atrás do “dever ser” de alguém.
Relacionamentos são minha maior ferida, umas abertas, outras cicatrizadas, outras com cicatrizes eternas, marcas que irão me acompanhar para sempre, sem ignorar é claro a imensa possibilidade de aprendizado que encontrei em cada ser que cruzou o meu destino.
Nada é tão real quanto sentir a ausência de quem nunca esteve presente, principalmente quando mais precisamos, não fiz grande coisas também, houve relações em que não me dediquei ou pouco amei, amizades perdidas, outras reconquistadas, boa saúde e péssima memória sempre foram meu forte, confiança e atitude enraizada pela religião, pela cultura e muita mágoa além de muita imaginação criativa. Sempre estive por dentro dos acontecimentos, o que me condicionou a viver de outra forma, o mundo muda sempre.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://www.historiadigital.org


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