Estava tão
cansada, mas não consegui me desconectar, mesmo que o orgulho me pedisse para
parar, mesmo que os ensinamentos adquiridos ressoassem que eu não poderia
pensar em você nem por um segundo sequer.
Eu também me ressentia
enquanto pensava, eu tinha a dura sensação que perdi tempo e fracassei, que a
nossa história foi apenas um sonho e que eu acordei com o sol brilhando
enquanto a tempestade, os trovões e a escuridão preenchiam meu coração.
Fui sutil em
admitir que ele não passava de um adolescente rebelde, com voz grave e
intimidador, que gostava de gastar toda a sua energia magoando os outros,
ferindo e observando sua reação.
Tinha uma
aparência linda e atitudes que causavam temor, mas apenas a quem o conhecia intimamente,
aos estranhos ele era gentil e amoroso e não necessariamente ruim.
Tomei meu café
da manhã e tomei uma decisão fatal: jamais permitiria que ele invadisse meus
pensamentos novamente, mesmo que eu estivesse fragilizada ficaria sempre
alerta.
Era algo que
nunca imaginei que aconteceria comigo, ele me pedindo para voltar, dizendo-se
arrependido e tudo que era problema no passado se dissolveu porque não havia
problema nenhum para ele.
Uma sensação de
paz me possuiu. Eu tinha certeza que não o amava, eu tinha absoluta convicção
de que nunca fomos almas gêmeas. Os meus pensamentos constantes era uma espécie
de raiva, incredulidade diante de tanto amor que joguei fora e ninguém recebeu.
Era uma bálsamo nutritivo, esperanças
saudáveis invadiam meu ser, eu sempre acho que uma pessoa amadurece quando
reconhece que errou. Confidenciei essa novidade pra ele, era palpável sua
mudança perceptível, ele ficou feliz. Eu o via com novos olhos, mas meus
sentimentos, ou melhor, não sentimentos continuavam os mesmos.
Seus olhos se
encheram de lágrimas, mas ele segurou o choro como todo homem, tenho certeza
que nada poderia ter sido feito, mais cedo ou mais tarde nos separaríamos
porque não fomos feitos um para o outro, só
nos encontramos para aprendizado e aprimoramento individual de cada um.
Lembrando-nos de
forma dolorosa como foi nosso relacionamento real, nos abraçamos pesarosamente,
sem raiva, sem julgamentos, mas com a mortificação de colocar um ponto final
definitivo na nossa história.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: coisasdeteteias.com.br
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