Faltava algo em minha vida, faltava admitir
que eu ainda amava você, faltava perceber que a liberdade conquistada não me
fazia tão feliz, não era nada forçado, mas muita coisa eu havia desperdiçado,
muitas ocasiões que passaram sem alegria.
Estou defendendo a causa da honestidade, da
não obrigação dos sentimentos, de avaliar o coração que desaprova qualquer erro
mínimo, que só exige amor, que resiste as mudanças, que transforma erros idênticos
em ciclos, sem a generosidade do perdão.
A vida custa um monte de relacionamentos,
custa o amadurecimento, custa as escolhas, custa o plano maravilhoso traçado
para minha vida, custa energia, custa saber aproveitar cada minuto, cada ruína
para subir degraus, custa aprendizado e amadurecimento.
Estou aprendendo dolorosamente que minhas
verdades devem ser flexíveis, que o tédio faz parte da vida que joias falsas
brilham tanto quanto as verdadeiras e nos enganam, que amor não serve só para
satisfazer curiosidades ou curar feridas, que o amor deixa marcas
significativas, umas tristes e outras felizes, que experimentamos coisas
positivas se sabemos o verdadeiro significado de amar.
Nossa primeira experiência nem sempre é
válida, nossa religião, nossa verdade, nossas crenças mentirosas, nossas
aflições intermináveis, nossos olhos cheios de lágrimas, nossa vontade de ir
rumo à imensidão dourada de amar e ser amada.
Eu possuo a capacidade de confiar plenamente
no outro, por isso não posso reatar com você, Não posso porque eu te dei toda a
liberdade para agir incluindo o respeito por mim, a liberdade que eu te dei não
foi para você sair correndo para encontrar algo mais, não foi para você se
sentir livre para me trair, ter vida de solteiro tendo um compromisso comigo.
Eu não vivi tanto quanto você, não curti
demais, não paquerei todas as oportunidades. Não preciso passar por todos os
processos para entender tudo que gira em torno do verdadeiro amor, do respeito
e da cumplicidade. Eu me decepcionei.
Sempre abri mão do controle, sempre confiei
nas pessoas que me relacionei e sempre me estrepei, como me dói saber que eu
preciso acorrentar, ameaçar, estar de olho em alguém, ligar mais do que o
habitual, me fazer presente. Eu o amei sem correntes e você não soube
aproveitar. Para todo mundo ao redor eu não amei de verdade, eu não cuidei ou
protegi esse amor, mas que amor é esse que precisa ser fiscalizado?
Esse não é o amor na essência que eu espero
amar, sou adepta do amor de boas intenções, capaz de se comportar bem quando
não tem ninguém olhando, capaz de encontrar o equilíbrio e o discernimento
entre o que causa alegria e o que magoa.
É difícil admitir, mas ninguém me amou como
eu amei.
- Arcise Câmara
- Crédito de imagem: http://www.mensagenscomamor.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário