segunda-feira, 21 de abril de 2014

Ousadia demais admitir


Faltava algo em minha vida, faltava admitir que eu ainda amava você, faltava perceber que a liberdade conquistada não me fazia tão feliz, não era nada forçado, mas muita coisa eu havia desperdiçado, muitas ocasiões que passaram sem alegria.
Estou defendendo a causa da honestidade, da não obrigação dos sentimentos, de avaliar o coração que desaprova qualquer erro mínimo, que só exige amor, que resiste as mudanças, que transforma erros idênticos em ciclos, sem a generosidade do perdão.
A vida custa um monte de relacionamentos, custa o amadurecimento, custa as escolhas, custa o plano maravilhoso traçado para minha vida, custa energia, custa saber aproveitar cada minuto, cada ruína para subir degraus, custa aprendizado e amadurecimento.
Estou aprendendo dolorosamente que minhas verdades devem ser flexíveis, que o tédio faz parte da vida que joias falsas brilham tanto quanto as verdadeiras e nos enganam, que amor não serve só para satisfazer curiosidades ou curar feridas, que o amor deixa marcas significativas, umas tristes e outras felizes, que experimentamos coisas positivas se sabemos o verdadeiro significado de amar.
Nossa primeira experiência nem sempre é válida, nossa religião, nossa verdade, nossas crenças mentirosas, nossas aflições intermináveis, nossos olhos cheios de lágrimas, nossa vontade de ir rumo à imensidão dourada de amar e ser amada.
Eu possuo a capacidade de confiar plenamente no outro, por isso não posso reatar com você, Não posso porque eu te dei toda a liberdade para agir incluindo o respeito por mim, a liberdade que eu te dei não foi para você sair correndo para encontrar algo mais, não foi para você se sentir livre para me trair, ter vida de solteiro tendo um compromisso comigo.
Eu não vivi tanto quanto você, não curti demais, não paquerei todas as oportunidades. Não preciso passar por todos os processos para entender tudo que gira em torno do verdadeiro amor, do respeito e da cumplicidade. Eu me decepcionei.
Sempre abri mão do controle, sempre confiei nas pessoas que me relacionei e sempre me estrepei, como me dói saber que eu preciso acorrentar, ameaçar, estar de olho em alguém, ligar mais do que o habitual, me fazer presente. Eu o amei sem correntes e você não soube aproveitar. Para todo mundo ao redor eu não amei de verdade, eu não cuidei ou protegi esse amor, mas que amor é esse que precisa ser fiscalizado?
Esse não é o amor na essência que eu espero amar, sou adepta do amor de boas intenções, capaz de se comportar bem quando não tem ninguém olhando, capaz de encontrar o equilíbrio e o discernimento entre o que causa alegria e o que magoa.
É difícil admitir, mas ninguém me amou como eu amei.
- Arcise Câmara
- Crédito de imagem: http://www.mensagenscomamor.com

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