Odeio cegueira
imposta por cultura, religião, estudo. Inflexibilidade não é comigo, para mim
as coisas se resolvem no afeto.
Não eu sou que
digo muitas coisas, às vezes a gente repete o que houve, interpreta pelas
interpretações alheias, faz julgamentos dos julgamentos dos outros.
O meu sangue
anda morno, mas já foi um puro sangue quente, o de ferver com uma facilidade
tão rápida que não dava nem tempo de raciocinar e quando dava por mim já tinha
ofendido e vomitado minhas verdades que nem eram tantas verdades assim.
Não sofri grandes
privações na vida, não fui rica, nem sou, mas vivi e ainda vivo uma vida feliz,
uma vida em que decido ser feliz do jeito certo, aquele jeito de valorizar
sempre o que temos.
Sou simples de
alma sofisticada, sou moderna, amo invenções, tecnologias, conforto, mas gosto
mesmo é de amigos, de pipoca, de aproveitar um belo por do sol.
Sou generosa,
não nego comida a ninguém, faço as minhas caridades diárias e muitas vezes,
trabalho o sentimento de me sentir lesada, às vezes eu sinto que estou sendo
enganada pela falsa receita médica, pelo falso filho doente, pelo dinheiro para
comprar comida. Bom dinheiro deixei de dar, quer um prato de comida eu pago. Já
aconteceu de eu não ter como ajudar e receber uma praga horrorosa. Isso me
chocou e me deixou mal. A pessoa não era deficiente, tinha mãos, pernas, braço,
força física, poderia está varrendo um quintal e vem pedir com a certeza de ser
atendida e caso contrário despeja todo o ódio em cima da pessoa, é mas no fundo
não é da pessoa e da condição sub-humana dela mesma.
Topo qualquer
desafio, sou pau para qualquer obra, pode contar comigo quando quiser, a minha
família e meus amigos são meus diamantes mais valiosos, minhas joias raras, meu
tesouro escondido e trancado no cofre secreto.
Sou de fincar
raízes, de estabelecer relacionamentos duradouros, sou de amizades eternas,
curto os mesmos lugares e os mesmos ambientes sem enjoar. Quando gosto, gosto.
Já fui jogada
aos leões, já sofri acusações infrutíferas, frutos da inveja. Já me culparam
por coisas que eu não fiz no ramo profissional, já deixaram de assumir culpas e
riscos para que a corda quebrasse no lado mais fraco, mas felizmente não
quebrou.
Sou estressada
com o trânsito, a minha sorte é morar tão perto de tudo que necessito, ganho
qualidade de vida com isso.
Amo me divertir
um pouco, mas não tenho a obrigatoriedade de sair sempre, de estar sintonizada
nas festas e baladas do momento, não curto boate nem música eletrônica.
Sou psicóloga
de amigas íntimas, deixo que as pessoas falem o quanto queiram, que expressem
suas frustrações, que se sinta aliviadas em compartilhar os problemas. Apesar
de falastrona, sou toda ouvidos quando necessário.
Não descarto
completamente quem cruzou a minha vida, não acredito em acaso, as pessoas
entraram no meu caminho com o propósito de me acrescentar, tudo tem uma
explicação, tudo é para o meu amadurecimento e meu bem, até as coisas
aparentemente ruins te trazem boas lições.
Não sei
conviver sem o olho no olho, faz parte da minha natureza, desvendar a alma de
quem me cumprimenta, refletir o meu eu no seu olhar.
Já fui mais
teimosa do que o habitual, minhas ideias eram válidas e mirabolantes, o outro
não tinha mais nada a propor, eu era um poço de vaidade e de sabedoria. Minhas
ideias e soluções tinham grandes fundamentos, mas minha teimosia me brecava de
aperfeiçoá-las.
O ego não pode
ser gigantesco, o ego deve ser um anãozinho que não contribui com a soberba.
Nem
sempre é fácil controlar os leões interiores, principalmente quando você foi
mimada e paparicada, quando você foi a queridíssima filha, quando você teve uma
infância sem atropelos e frustrações. Então a vida adulta começa a te
apresentar os "nãos" e às vezes esses "nãos" vem em
sequências que parecem não ter fim.
Quando eu
tenho um sonho, eu luto por ele, mas eu não luto com todas as forças porque eu
acho que quando as coisas têm que acontecer, elas acontecem naturalmente sem
grandes esforços, porém todos os meus projetos tiveram renúncias, suor e até
"sangue" e lágrimas.
Tenho uma
capacidade visionária fora do limite, se eu penso que vou esquecer o celular,
acabo esquecendo, se eu penso que o pneu está para furar, acaba furando, se eu
penso que as coisas vão dar certo, acabam dando. Acredito muito na minha
intuição, muitas vezes minha intuição grita nos meus ouvidos e perturba a minha
mente.
Nunca
desisto na primeira dificuldade, não desisto de uma amizade nos primeiros tropeços,
não desisto tão fácil, só se de fato não valer a pena.
Quando eu
magoo alguém, eu peço profundas e sinceras desculpas, mas nunca prometo não
fazer de novo, ou não magoar novamente. Sei que não sou perfeita e que cedo ou
tarde o outro terá frustrações comigo ou eu com ele. Mas sou humilde em admitir
que eu errei.
Não sou
de me incomodar com ciúmes, eu me incomodo com desrespeito. Ah des-res-pei-to
sai daqui!
Se for
meu par romântico, não exagere na dose, nenhuma dose em excesso, por favor. Nem
ligações demais, nem pitis ao extremo, nem muita ousadia e nada de grudes.
- Arcise
Câmara
Crédito de Imagem: nostalgizar.blogspot.com
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