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Sou fascinada por antropologia,
ligada na origem das coisas, de onde surgiram as evidencias do cristianismo,
como sentimos o amor, o que alimenta nossa alma, porque somos seres diferentes,
porque relegamos algumas coisas que outras pessoas adoram.
Desperto o meu lado mais profundo,
meus sentidos mais conflitivos, meu coração que hora sangra hora pula de
alegria, capacito o meu pensar no que me faz feliz, nos pilares importantes
para que eu me mantenha de pé, na consideração por mim mesma, evitando e me
afastando de relacionamentos que me prejudiquem, nada de amizades sugadoras, de
amor egoísta, de estar rodeada de gente aparentemente meiga que quer tirar teu
fígado e vender no câmbio negro.
Fujo de figuras abusivas, de pessoas
com imaginação fértil para brigas, de rostos corados por sangue fervendo, de
pessoas ou episódios que me faz renunciar o essencial que tanto busco.
Minha vida se limita a uma coisa de
cada vez, de ampliar os horizontes sem julgamentos, de não me deixar
influenciar por qualquer bobagem, de ser suficientemente boa para com os outros
e para comigo mesma. Fiz pequenos estágios, aprendi a sanar as lacunas,
aprimorei a gentileza, precisava amar como desejava ser amada, precisava servir
como desejava ser servida.
Nada é fácil, existe a artimanha de
agradar os outros em troca de mimos, em troca de conseguir o que se quer, em
troca de posses, status, poder, cargos, um jeito convencional e maléfico de ser
gentil sem levantar suspeitas.
Exige esforço para que o outro se
sinta bem, para que o outro compartilhe intimidades, para que o outro concorde
com o que é dito, para que o outro te veja como salvador da pátria, a última Coca-Cola do deserto. Assume-se a postura que o outro quer, se o outro deseja
um companheiro, sou companheiro, se o outro deseja que eu seja grudento, sou
grudento, se o outro deseja provas de amor, dou provas de amor, tudo muito
simples, sem questionamentos ou argumentos, sem auto-identidade, ignorando
qualquer mal-estar ou pensamento contrário, nasci para obter o que quero e para
isso vou seguir cartilhas.
O mundo das aparências e das
conquistas não parece intimidar, já não distinguimos mais o que é verdadeiro do
que é falso, o que é pedra preciosa do que é bijuteria das mais vagabundas.
- Arcise Câmara
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