Eu já conhecia bem as armadilhas do amor, eu já sofri e chorei por pseudo amores, já tive muitos amores mais amei duas únicas vezes, a união e o amor nem sempre é lógica, amor não tem idade, não tem cor, não tem raça, não tem credo, não precisa ser igual para amarmos alguém, não precisa ser do jeito padrão, ricos com ricos, pobres com pobres, pretos com pretos, brancos com brancos, ninguém precisava escolher o meu amado, ninguém precisava impor amor, o amor é um sentimento que brota e fortalece, no início nem precisa ser cultivado, o próprio pensamento e saudade os alimenta, o próprio desejo o revigora, a própria vontade de estar junto o faz firme e presente.
Não importa o que eu ache ou deixe de achar, o amor acontece quando menos esperamos, quando estamos prontos internamente, quando nem nós mesmos sabemos a hora e a hora chega com brandura e carinho, com a lentidão e a aceleração de um furacão.
Precisamos reinventar conceitos sobre o amor, precisamos nomeá-los de outra forma, precisamos nutrir a melhor forma de amar e deixar as teorias de lado, para o amor nunca precisaremos de teorias e livros, nunca entenderemos em palavras o que sentimos no íntimo, nunca traduziremos tal felicidade.
O amor se abastece de ciclos, perde-se e volta a encontrar de novo, sofre e ressuscita, morre e nasce, amor é sentimento puro e satisfeito, nos faz sonhar mais que o normal, alegra o coração e a pele.
Acredito no amor sem sexo, no amor em que o sexo está além do ato, do amor de respeito, carinho e afago, o amor maduro em que a penetração ocorre entre almas, em que o gozo vem espontaneamente. No amor sem a preocupação com as aparências, com as gordurinhas, com a celulite, no amor libertador de ser quem sou e de ser amada justamente por aquilo que sou.
No amor em que eu só preciso de você do jeito que eu me apaixonei, nada mais, sem marras e amarras, sem chateações e cobranças, sem tempo a perder, quero você com aquele cheiro, aquele sorriso, aquele entusiasmo, quero você do jeito que você é, do jeito que te amei e sempre te amarei.
- Arcise Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário