Santo Agostinho disse essa frase que muito me tocou, mas vale explicar que o amante vem de “aquele que ama” e não do termo pejorativo de hoje em dia.
Aguardava com orgulho mais um filho doutor, dizia a minha
vizinha com os olhos cheios de alegria e isso também é trindade para mim, amor
de mãe, pai e filho, amores esses que se tornam um.
Nada do que eu ouvia sobre Deus me contemplava, parecia
muito uma moeda de troca, um medo do inferno ou a pretensão do paraíso. A vida
se apresenta cheia de surpresas, mas não é uma negociação de balcão.
Observei um menino que manja tudo sobre o rock e fiquei
pensando que a ignorância às vezes é uma bênção, principalmente no estilo
musical de hoje em dia, mas sei que toda razão em si mesma tem seu mérito.
Mãe sobrecarregada e pai aliviado nunca será trindade,
que isso fique claro. Mas o sol nasce para todos sem julgamentos para os justos
e injustos, maus e bons, crentes e ateus.
A gente observa a degradação humana e do meio ambiente
como se fosse algo distante de nossas atitudes, os canais de diálogos entre se
rompem facilmente, sempre desconfio do meu papel quando só quero aceitar o que
o outro tem de bom a me oferecer.
A experiência vivida na igreja me deu um desprendimento
de todo o bem que se fez a mim e de todo o mal que fiz aos outros, talvez seja
a chave da essência divina, aceitar que outros nos magoam assim como erramos
com os demais.
Cada um deveria tentar cuidar da sua vida sem o
recebimento dos desaforos, temos que fazer escolhas conscientes o tempo todo,
mas isso aumenta minha insegurança em relação a não exercer a minha identidade
de forma genuína.
Admiro pessoas que conseguem reconhecer seu erro e acho
que me incluo nisso, na verdade sou a maior julgadora de mim mesma, tenho um diário
dos meus problemas.
Um dos defeitos é a preguiça do meu corpo, já aprendi que
a vontade de não ser preguiçosa necessita da constância e cada vez que me
proponho a vencer os meus defeitos sinto que esta alegria é divina.
Uma estratégia gradual de “dever ser”, sem contruir expectativas e sim percebendo o machismo reforçado em casa pela mãe, não esperar nada de ninguém, evitar o mundo do utilitarismo, onde a gente é “gente fina” com quem nos dá algo em troca.
Acho que devemos buscar a perfeição como da Trindade, ter
a harmonia e saber lidar com tudo que nos corresponde.
Arcise Câmara
Imagem: Dreamstime
Nenhum comentário:
Postar um comentário