Você fica aí
querendo compreender todo mundo, com pensamento que a vida continua, que o
amanhã será melhor. A vida é um livro experimentado, as coisas não podem passar
em branco sem ampliar a consciência. Guardar coisas que não te servem não é uma
boa tática.
A última vez que
Marília viajou foi há quatro anos, ela se sentia amada, e precisava se ajudar a
conhecer novos horizontes sozinha, algo não estava bem, não conseguia deixar de
se sentir oprimida, seus irmãos pareciam ser felizes, terem sucesso e ela era o
fracasso. Trouxe lembrancinhas para acumular.
A maioria das
pessoas buscam saídas rápidas e cômodas para seus problemas, ela estava nessa
estatística, nunca aprendeu a ser espontânea, forçava as coisas, queria ser
aceita e comprava mais coisas.
Eu nunca fui
acumuladora, seja o que fosse, uma roupa nova doava sem pena, não gosto de ter algo que
não me pertence, algo que não tem nada a ver comigo, algo que tira a minha
identidade.
Nós sempre nos
importamos demais com a opinião dos outros, eu já tinha lido no livro que não é
bom, que não evolui, não desenvolve. Eu precisava entrar no processo de cura do
julgamento alheio.
As pessoas pensam
que não doar as coisas é uma forma de economizar, mas continuam comprando em
excesso, elas não se livram de nada e ainda compram tudo sem ter necessidades,
compram até coisas que nunca vão usar. Jogam dinheiro fora.
Acumuladores não
conseguem manter a casa cheirosa, só passam por uma transição se for com ajuda
de psicólogos, psiquiatras e com ajuda de organizadores profissionais, o
coração grita de dor quando algo é jogado fora, mesmo que esse algo seja lixo.
Não sou de me autopromover,
tenho comportamento oposto a isso, não existe regra para nada, mas se não gosto,
me desfaço, faço doação, presenteio quem gosta. Excesso de qualquer coisa faz
mal.
Arcise Câmara
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