Quando sinto o
desejo de me reconectar, quando estou triste, quando invento desculpas para
dramatizar, para chorar. Quando acho que para os outros as coisas são mais
fáceis, quando sinto desconforto com minha própria presença.
Me sinto diferente,
não tenho certeza de nada, muitas vezes, me odeio por ter cedido ou contado o
que sentia para quem não quer ajudar, apenas tem curiosidades de saber das
coisas.
Vim te agradecer
querido diário, você me fez pôr para fora tudo que me engasgava, não foi a
chave do sucesso completamente, mas ataquei os sentimentos ruins de uma forma
exemplar.
Há momentos na vida
da gente que a indecisão é a única certeza, que o sentimento de felicidade que
experimentei, passam longe. Morei junto com pessoas negativas e isso me
atingiu.
Nunca firmei
parceria com a ociosidade, depois de uns dias eu continuei pensando em tudo de
ruim, só que sem raiva. Ficar triste pelas coisas que não posso mudar foi um
desperdício de energia.
Nunca mais voltei a
ser a mesma, esperei um milagre que não veio, tinha aprendido minha técnica
biônica de responder questionando, de me magoar à toa, de achar que os outros
agiriam como eu agiria.
Nunca relia livros,
isso foi mudando quando percebi que dependendo do meu estado de espírito
gostava ou não do livro, passei a ler três livros ao mesmo tempo, acaba um
capítulo aqui, começava outro ali, era uma espécie de novela literária. Isso me
ajudou a sair da fossa e comparar o que é bom ou muito bom.
Sem muita firula me
libertei e isso significou saúde, eu não me conhecia e tinha preconceito de mim
mesma, eu me livrava de mim mesma quando resolvia viver a vida dormindo, o
diário da dor me ajudou.
Arcise Câmara
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