quinta-feira, 3 de maio de 2018

Ser livre não é se deixar levar pelos seus desejos


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Depois da transa vem o desprezo, depois das opções de lazer um vazio no peito.  Queria eu voltar atrás, parar de me incomodar com a minha consciência, abrir o leque da generosidade.
Minha vida estava em queda livre e eu não tinha a quem recorrer, parecia que eu era o homem mais sensacional do planeta, o fodão, o garanhão, aquele que não diz não em nenhum momento, o famoso “Sexo Livre”.
Aguentava a família dela até conseguir atingir meus orgasmos, dinheiro não era problema, fazia todas as suas vontades, tinha também todo o tempo do mundo para minhas conquistas.
Eu sou o espelho refletido do meu pai, um pai que só machucava a minha mãe com suas infidelidades e uma mãe sempre disposta a perdoar, que vivia intensamente o valor da família mesmo sem ser correspondida.
A arriscada busca por felicidade instantânea era meu lema de vida inconsciente, eu não notava o clima péssimo que se instalava em meu ser e cada vez mais esse sentimento piorava e eu atribuía a culpa ao estresse, ao ódio, a inveja, a arrogância ou a raiva. A culpa era de tudo e de todos menos dos reflexos das minhas atitudes.
Decisões saudáveis às vezes aconteciam, eu conseguia sintonia e energia com algumas mulheres, mas ainda não conseguia dizer não a traição. O tempo passava e alguns hábitos saudáveis passavam também.
Eu abusava emocionalmente das mulheres, eu estimulava meus sentidos mais primatas e eu ficava revoltadinho com a falta de consideração quando alguma moça queria apenas sexo casual. Justo eu que prometia o mundo em troca disso.
Saí de fininho algumas vezes, fui ferido no amor, mas por rejeição admito. Nunca, em segundo algum, faltou assunto, eu sabia o que dizer e como me comportar, eu achava que estava vivendo a vida como se fosse o último dia de minha existência.
Ignorei as pessoas com quem convivi a vida toda, eu não me encaixava mais com aquelas boas amizades, eu era um abusador emocional.  Peguei DST (doença sexualmente transmissível), o sofrimento me purificou um pouco.
Minha mãe ficou escandalizada com que os vizinhos iriam pensar, e eu fiquei refletindo sobre os ecos da vida.
Arcise Câmara

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