terça-feira, 13 de maio de 2014

Chequei como eu estava


Ansiosa, sem muita vontade de fazer algo novo, cansada por subir uma rua íngreme, assim eu estava. Uma velhinha de 90 anos incorporou meu corpo de 30, transformou-me em uma pessoa cansada e pessimista.
Essa velhinha destruía tudo, minha autoestima, minha vontade de viver, ocupou um lugar não conquistado. Eu passei a perceber que precisava de ajuda, precisava aceitar que estava doente, precisava entrar na fila dos exames de rotina, da qualidade de vida, dos exercícios físicos.
Fiquei maluca, voltar para os trilhos era uma necessidade urgente, a teoria é muito bonitinha, mas precisava agir, ser prática, fazer a diferença para mim mesma, gostar de sentir bem comigo.
Era doença, problema hormonal, dei nomes aos bois e iniciei o tratamento, eu me comportei direitinho, segui as orientações médicas, tomei os remédios na hora certa e caí na real de que a minha saúde é a coisa mais importante que tenho.
Jamais seria negligente outra vez, o mal que a não prevenção causa é bem maior. Não é nada bonito postergar os exames de rotina. Mentalizei a expressão da minha médica e sua frustração ao ouvir de mim que só ia ao médico quando estava doente.
Às vezes por negligência as doenças crescem em ritmo alucinado e não adianta culpar Deus, o universo, a praga da ex-amiga invejosa, o destino de infelicidade, devemos dar atenção ao corpo, a mente, ao espírito e para isso necessitamos da saúde em dia, do radar em alerta, dos sintomas detectados.
Ah não me diga que você é como eu, um relapso, uma pessoa que passa a vida ignorando os conselhos de mãe, ou alguém que nunca faz nada por si mesmo, alguém que não consegue ouvir os sussurros da consciência e que usa a “surdez” ao seu favor.
Alguém que não olha para trás, é seletiva nas escolhas, ama ler livros, contraria conselhos, não se importa com as quantidades de calorias que devora nem com a necessidade de queimá-las, continua magra mais por genética do que por vontade própria, é loucamente feliz, enxerga a vida com perfeição e se comporta muitas vezes como um bobo da corte.
Alguém que rouba a cena quando chega e não sente um pingo de remorso por isso, aliás gosta de ser popular, sente-se a legítima princesa de Mônaco sem por em prática as etiquetas da realeza.
Depois do organismo checado, a vida continua até o próximo pit stop.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: blogdaroana.com


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