sexta-feira, 4 de abril de 2014

Pessoa especial

Não gosta de aparecer, está sempre disponível aos amigos, sensível as necessidades do outro, tem um jeito de amar único, preocupada com todos e bem atenta as necessidades, tudo parece ao alcance das mãos.
Acho simpático quem tem amor de mãe pelos outros, quem não inveja, quem sabe se distanciar para não brigar, quem tem um bom relacionamento com todos e pratica o bom senso e o bom exemplo.
Caráter forte e quando se sente injustiçada solta faíscas, sabe bem desfrutar um calor aconchegante com sorvetinho derretendo na mão direita, nunca falava mal de ninguém e parecia boba demais, mas ao contrário, de boba não tinha nada, sabia abraçar a intuição, manipular as situações para o bem, e fazia grandes coisas com pequenos gestos.
Morava numa casa gigante, pouco se importava com dinheiro, todos os aspectos de sua vida era importante, inclusive os espirituais porém começou a perceber a alegria de viver na simplicidade.
Não era de resolver conflitos de cabeça quente, não acreditava em coincidências, tinha um único objetivo de vida ser feliz e tornar as pessoas felizes, era graciosa, espontânea, animada, risonha, tinha um tamanho mignon, mas de cabeça e coração enormes.
Eu pude aumentar a fé com o seu exemplo, ela era o reflexo do amor, alegre sempre, adulta e feliz, nunca a vi brigando com ninguém, era tão convicta de seus ideais, sua vida não tinha espaço para decepções nem amargura, era uma vida de verdade.
Francamente eu me sentia inferior a ela por muito tempo, porém percebi que se ela podia agir assim eu também poderia, ela era extrovertida como eu, bastava eu me esforçar um pouquinho, evitar as superficialidades, ter a mesma sobriedade. Ambas tínhamos paixão pela leitura, nos sentíamos livres, amávamos filmes de ação, éramos onívoras, colocávamos o amor a família em primeiro lugar em nossas vidas.
De modo algum fui bisbilhotar a sua vida, ela era muito transparente, cumpria seu dever com maestria, pulava todos os trampolins que a vida lhe oferecia, escolhia dar tudo de si. Perdi um pouco a confiança em mim mesma em compartilhar de perto uma vida tão pura, uma alma tão caridosa.
Eu me perdia no caminho com meus altos e baixos, não me convencia que o amor transforma as pessoas, definitivamente, se tornou intolerável o perfeccionismo que eu cobrava de mim. Estava cansada, menos alegre, menos decidida, cheia de conflitos e me diagnosticando incapaz.
Cada vez menos estava disposta a sair da minha zona de conforto, alguma coisa errada comigo, em pouco tempo estava ranzinza, rancorosa e mal criada, ela era meu espelho de simplicidade e eu estava num túnel quase sem saída porque eu queria ter o mesmo brilho no olhar e a mesma coragem para enfrentar a vida com amor e sabedoria, mas faltava força de vontade e controle do ego.
Resolvi me aceitar antes de tudo, eu era suspeita para anotar minhas qualidades numa folha de papel, mas essa cobrança toda me fazia sofrer e eu tinha que me aceitar de frente, olhar as qualidades e os defeitos, carregar os apetrechos, enfraquecer a mente que quer a desistência e colocar um sorriso no rosto para aliviar qualquer situação.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://dudaeluma.blogspot.com

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