Não gosta de aparecer, está sempre
disponível aos amigos, sensível as necessidades do outro, tem um jeito de amar único,
preocupada com todos e bem atenta as necessidades, tudo parece ao alcance das
mãos.
Acho simpático quem tem amor de mãe
pelos outros, quem não inveja, quem sabe se distanciar para não brigar, quem
tem um bom relacionamento com todos e pratica o bom senso e o bom exemplo.
Caráter forte e quando se sente
injustiçada solta faíscas, sabe bem desfrutar um calor aconchegante com
sorvetinho derretendo na mão direita, nunca falava mal de ninguém e parecia
boba demais, mas ao contrário, de boba não tinha nada, sabia abraçar a
intuição, manipular as situações para o bem, e fazia grandes coisas com
pequenos gestos.
Morava numa casa gigante, pouco
se importava com dinheiro, todos os aspectos de sua vida era importante,
inclusive os espirituais porém começou a perceber a alegria de viver na
simplicidade.
Não era de resolver conflitos de
cabeça quente, não acreditava em coincidências, tinha um único objetivo de vida
ser feliz e tornar as pessoas felizes, era graciosa, espontânea, animada,
risonha, tinha um tamanho mignon, mas de cabeça e coração enormes.
Eu pude aumentar a fé com o seu
exemplo, ela era o reflexo do amor, alegre sempre, adulta e feliz, nunca a vi
brigando com ninguém, era tão convicta de seus ideais, sua vida não tinha
espaço para decepções nem amargura, era uma vida de verdade.
Francamente eu me sentia inferior
a ela por muito tempo, porém percebi que se ela podia agir assim eu também
poderia, ela era extrovertida como eu, bastava eu me esforçar um pouquinho,
evitar as superficialidades, ter a mesma sobriedade. Ambas tínhamos paixão pela
leitura, nos sentíamos livres, amávamos filmes de ação, éramos onívoras,
colocávamos o amor a família em primeiro lugar em nossas vidas.
De modo algum fui bisbilhotar a
sua vida, ela era muito transparente, cumpria seu dever com maestria, pulava
todos os trampolins que a vida lhe oferecia, escolhia dar tudo de si. Perdi um
pouco a confiança em mim mesma em compartilhar de perto uma vida tão pura, uma
alma tão caridosa.
Eu me perdia no caminho com meus altos
e baixos, não me convencia que o amor transforma as pessoas, definitivamente, se
tornou intolerável o perfeccionismo que eu cobrava de mim. Estava cansada,
menos alegre, menos decidida, cheia de conflitos e me diagnosticando incapaz.
Cada vez menos estava disposta a
sair da minha zona de conforto, alguma coisa errada comigo, em pouco tempo
estava ranzinza, rancorosa e mal criada, ela era meu espelho de simplicidade e
eu estava num túnel quase sem saída porque eu queria ter o mesmo brilho no
olhar e a mesma coragem para enfrentar a vida com amor e sabedoria, mas faltava
força de vontade e controle do ego.
Resolvi me aceitar antes de tudo,
eu era suspeita para anotar minhas qualidades numa folha de papel, mas essa
cobrança toda me fazia sofrer e eu tinha que me aceitar de frente, olhar as
qualidades e os defeitos, carregar os apetrechos, enfraquecer a mente que quer
a desistência e colocar um sorriso no rosto para aliviar qualquer situação.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://dudaeluma.blogspot.com
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