sábado, 1 de fevereiro de 2014

União


A união faz a força, o que Deus uniu o homem não separa...
Faz tempo que venho refletindo sobre o sentido da união em minha vida, fico me perguntando o que é união? Será que união significa ficar do lado da outra pessoa sempre, mesmo que ela esteja errada.
Será que posso me unir a quem me causa bullying com a esperança de um dia mudá-lo? Será que eu tenho o direito de me desunir de vez em quando?
Poderia passar horas discorrendo sobre o tema, não sei se conseguiria ser unida o tempo todo, acho que a minha vida inteira o que vai predominar é o bom senso e muito mais além o meu senso de justiça.
Posso poetizar sobre a união, sobre as regras básicas da convivência, sobre o fortalecimento de uma amizade, posso explicar brevemente sobre a minha união com as pessoas que amo e o que me liga à elas.
Posso crescer e amadurecer este tópico com o grito de liberdade de me sentir livre e feliz unida à você, sentindo a voz interior que me diz que estou indo pelo caminho certo.
Acredito nos vínculos eternos, nas certezas de sentimentos, na realização da prática de estar bem ao seu lado, não descartando que será um aprendizado constante.
Já tenho quase 38 anos de união matrimonial, tenho amigos há mais de 50 anos, tenho um leve orgulho das relações que construí, de como as coisa iniciaram, de me adaptar aos novos tempos, de ser feliz a cada dia.
Fui da geração que não “trabalhei”, as atividades do lar não são valorizadas e mesmo que esse tipo de trabalho não acabe nunca, jamais fui promovida, sempre fui e sempre serei dona de casa.
Vivi momentos em que acreditava estar no inferno, o homem com o qual me casei me traiu, me ofendeu, me magoou, fiquei presa nele por falta de condições mínimas de alçar voos. Estava sempre pronta a perdoá-lo esta era minha única e possível escolha.
Com o tempo as coisas foram melhorando, eu fingi que não o via sendo desonesto comigo, eu camuflava os sentimentos e eu não sei se ele parou de vagabundar porque reconheceu o meu valor ou porque ninguém mais o queria.
Vivi um drama familiar intenso, precisava que meus filhos mudassem o trajeto do espelho refletido dentro de casa, era preciso amar e respeitar as noras, ser fieis e amáveis, colocar a família em primeiro lugar.
A cada fim de ano, eu fazia um inventário, nele colocava tudo que tinha faltado, as peças que não se encaixavam, os excessos. Minha vida poderia virar facilmente uma trilogia, faria chorar milhões de leitores.
A minha paciência começou a ser medida com fita métrica, eu sabia onde ela começava e onde ela terminava e foi assim que dentro de mim veio uma vontade imensa de ser unida a mim mesma.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://blogdofreivicente.com.br






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