domingo, 26 de janeiro de 2014

O freguês



Eu fiquei abismada quando descobri que a fábrica de motocicletas da Honda aqui em Manaus, proíbe a entrada de motocicletas de outras marcas, se o funcionário tem motocicleta do concorrente deve estacionar na avenida e no sol e quem optou por Honda tem vaga coberta.

Até onde uma empresa pode interferir na minha escolha pessoal de ter uma motocicleta? E as variáveis, e se eu trabalhava na concorrência antes de receber uma proposta mais vantajosa profissionalmente? E se as duas motocicletas na minha opinião são tão boas quanto iphone e samsung na guera de celulares?

Era só o que faltava a empresa decidir que marca de qualquer coisa eu deva usar, ou pior eu sofrer retaliação por causa disso e ainda sofrer por ser desigual ou desunido.

Não possuo título de nobreza nem me sinto dona da verdade, mas eu posso estar numa empresa e não achá-la essa coca-cola toda, posso estar lá para propor melhorias, posso estar lá porque é uma empresa que remunera bem, posso estar lá por mil e um motivos inclusive os mais comum de ter que levar leite para dentro de casa.

Como eu poderia adivinhar que a moto do concorrente fosse incomodar tanto os japoneses. será que eles não são tão melhores assim, será que o design não é tão atraente.

Dá aquela afliçãozinha de início, mas regras são regras, fazer o quê?  É proibido então tá, mas será que é constrangedor eu perguntar o por quê dessa atitude. Será que ofenderia?

O chefe responsável pelo estacionamento deu pinotes, ele precisava falar com A, B, CEO, Gerente, Supervisor, Assessor e toda a hierarquia para levar em consideração uma pergunta de alguém que não tem nada a ver com a empresa, apenas uma mera curiosa.

Explicou que a Honda era o melhor negócio do mundo e que eles queriam estar bem longe da concorrência para não serem acusados de plágio ou de espionagem.

Era uma medida clara para demonstrar que a concorrência não tinha valor nenhum, mas bem parecia desdém, raiva, ódio porque eram 1330 menos motos Honda por causa dessa mesma quantidade de funcionários traíras.

Não podia haver nada mais fantástico do que aquela motocicleta linda e praticamente exclusiva se não fosse o único detalhe: era feito em série. E estava muita cara para os bolsos de muitos.

A rivalidade existe e sempre vai existir entre as duas maiores fábricas de duas rodas do mundo até que chegue a fusão, mas enquanto isso e o freguês como fica?

- Arcise Câmara

- Crédito de Imagem: http://andremansur.com

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