domingo, 5 de janeiro de 2014

Isto é crime


Beber e dirigir não é uma escolha inteligente, alguém que faz isso pode perder a paz para o resto da vida. Pode ter problemas com a justiça e o pior de tudo, pode ser responsável por menos uma vida perdida de forma precária e irresponsável.

Já presenciei vários acidentes por causa da bebida, desde arranhões na parte traseira do carro até pino no braço, tetraplegia e óbito. O bêbado não tem consciência que fica desequilibrado pro causa do álcool.

Eu queria muito que a gente não só aprendesse lições quando emborrachasse o nariz, eu queria mesmo que a gente nem precisasse tornar crime esse tipo de conduta, porque todo mundo saberia e teria consciência sem ser obrigado.

Fiquei de olhos arregalados quando presenciei mais um acidente, minhas pernas tremiam e eu não pude conter as lágrimas, a primeira coisa que me vem a cabeça é a oração da "Ave Maria".

Não havia dúvida de que o condutor estava embriagado, ele não conseguia nem se levantar, suas pernas trançavam, ele se achava bom para dirigir mas fez vítimas, incluindo ele mesmo.

Perdi a fala, minha garganta ficou ocupada por um nó que não desatava, era muito chato tudo aquilo, muito pavoroso, a vontade de todos em volta era de matar aquele cidadão irresponsável, assim no dente por dente.

A aflição da mãe e da tia que presenciaram tudo, aquele acidente em frente de casa com a criança brincando na calçada, cheia de alegria e "imune" a tanta violência.

Foi homicídio puro, não tenho dúvidas. ninguém sai de casa dizendo: Agora vou atropelar uma garotinha indefesa, mas se perco meus reflexos mínimos eu assumi todo o risco e toda a culpa.

Meus músculos ficaram emperrados, no meio a tanto nervosismo era preciso para de olhar e acudir, chamar socorro, pedir ajuda, não mexer a menina, não se desesperar.

Fiquei com medo da morte dela, por um instante tive a vontade de me colocar no lugar dela, trocar de lugar, era tanta coisa para viver, tanta juventude para sonhar, tantas metas a alcançar.

Não consigo ver sangue e quis desistir. desistir de confortar a mãe e a tia, nem eu mesma segurava minhas emoções como eu poderia dar força a alguém?

Ela se machucou muito, perdeu os movimentos, a vida que já era difícil ficou mais difícil ainda, o homem encontrou todas as brechas na lei para responder em liberdade, para usar o argumento de que foi o carro que desgovernou. Francamente, não foi. Ele estava de miolo mole pela bebida.

Não conseguiu nem ser freado por um andaime que evitou tragédia maior, evitou que ele invadisse a casa atingindo mãe e tia. Era Bebida. Era cachaça. Era imprudência. Era achar que só os outros ficam bêbados e correm riscos.

Fiquei montando guarda para que ele não fugisse, me propus a ser testemunha, numa hora dessas cadeia nem resolve muito, apenas alivia a dor. O que aliviaria mesmo era a saúde e esperteza de volta.

Foi uma alegria geral quando a menina se recuperou, os médicos não tinham dado um fio de esperança, mas quem somos nós para não acreditar que a vida muda de rumo.

O momento é propício para mudança. Então não beba. E se beber, não dirija.

- Arcise Câmara

- Crédito de imagem: http://pensamentossubjetivos.blogspot.com






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