sábado, 4 de janeiro de 2014

Eu tive chance de pensar sobre as coisas


Eu tive um efeito profundo sobre ele e ele teve um efeito profundo sobre mim, ambos cruzaram a vida um do outro para aprendizado, não há dúvidas de que eu sem ele não seria uma pessoa melhor e ele sem mim também não.
O nosso relacionamento amoroso transformou para melhor as nossas vidas, estávamos marcados por decepções amorosas, por traições, por desculpas esfarrapadas, por pessoas que não estavam interessadas em amar e ser amada.
Depois de tantos conflitos eu precisava me curar e ele também. Tínhamos medo de ser tocado, medo de envolvimento, medo de amar, medo de sofrer, medo de se entregar, medo de ter dado mais um passo em falso.
Nosso namoro iniciou sem surpresas, sem a cobrança de que desse certo, sem a expectativas de que agora tudo ia ser diferente, sem precisar do outro para ser feliz, acho que nós havíamos aprendido a lição.
Os dias foram passando e eu fui tentando absorver quão leve era o nosso relacionamento, quão gostoso é nossa vontade de ficar juntos, quão maravilhoso é termos um ao outro.
Estava desacreditada nas relações, eu só pensava no pior, eu duvidava que coisas boas poderiam me acontecer, eu estava crente que amor e paixão não estavam na minha lista de sucessos alcançados na terra.
Não existem garantias nesta vida de que serei feliz no amor, mas posso ser feliz por mim mesma, posso fazer o meu dia feliz. Tem tanta coisa que me traz felicidade, a vida não é só amor romântico, a vida é muito mais que isso.
Entreguei-me ao benefício da dúvida, tenho outra chance para conhecer alguém e deixar-me conhecer, eu poderia tentar mais uma vez, afinal tínhamos sintonia e vontade de dar certo.
Canalizei minhas energias em estar bem comigo mesma, o resto seria consequência. Precisava me sentir livre, viva, feliz, precisava garantir o meu sucesso pessoal, as minhas próprias metas. O resto era complemento.
Desconfiei por alguns dias que tudo que eu estava vivendo era bom demais para ser verdade, estava no paraíso na terra, uma espécie de órbita extraplanetária, estava mais zen do que nunca.
Minha mania de controle quase desmoronou a relação, eu entendia o meu lado errado, ele entendia os seus limites, nós compreendíamos a necessidade do meio termo e assim fomos nos adequando um ao outro.
Talvez nós tenhamos sidos feitos um para o outro, talvez não, talvez a nuvem fosse criar raízes numa roxa ou talvez a nuvem fosse passageira, não dava para dizer ainda que era eterno. Eterno era apenas a nossa vontade de ficar juntos.
Tentando resgatar o clima de romance que vira e mexe sai dos trilhos, tentei ampliar o nosso fechado namoro, ser amiga de mais casais, não focar apenas em nós. Parecia bom dividir experiências de casais e família, é nessa convivência que percebemos que a grama do vizinho não é mais verde.
Eu penso sempre o melhor de mim mesma e resolvi baixar a bola, resolvi aprofundar meus “pecados” e entender que eu não sou tão boa quanto pareço, que a culpa não recai só no outro e que eu tenho parcelas de culpa nisso.
Controlei a agressividade na voz, coisa comum em mim, o meu tom de voz parece que eu estou o tempo todo brigando. Sou possessiva nas palavras, tenho dificuldade em perder ideia, sinto ciúmes, coisa que não sentia antes, tenho medo desse sentimento de superproteção, porém me meio a tantos acontecimentos e reflexões percebi que a vida é uma mudança constante e que as mudanças sejam sempre melhores.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://viviabiancalauxen.blogspot.com.br







Nenhum comentário:

Postar um comentário