Foi um choque para mim, a primeira
grande perda, estava tão sem chão naquele momento, ter perdido meu avô foi duro
demais. Primeiro porque minhas avós partiram precocemente e meu avó fez um
grande papel de avô.
Ele tinha um coração enorme, não
gostava de ser chamado de vô, amava rezar, terço na mão era a sua marca
registrada, ele era bem humorado, firme e doce, legal e implicante, chato e
gentil. Vovô era do nosso tempo.
Eu ficava alucinada com as coisas que
ele me dizia, tinha sempre algo de bom para dizer, um ombrinho amigo e muito
ouvido para escutar as choradeiras das netas. Vovô era apegadíssimo ao meu pai,
ambos se davam muito bem, uma relação construída.
Ele está bem no céu, ao lado dos
seus, o dia que ele se foi teve tristeza na terra e festa no paraíso. A saudade
não dói tanto, ela ainda incomoda, passaram-se alguns meses, mais de 12, menos
de 24.
Em vários momentos de euforia ele
esteve presente, participava ativamente da vida dos filhos e dos netos, exercia
com maestria todos os seus talentos, era humilde, singelo e cativante.
Nutri por ele um amor incondicional,
algo inexplicável, era como se ele fosse meu segundo pai, um protetor, um anjo
do bem, um benfeitor, um patrocinador, uma caixinha de amor.
Eu soluço de tristeza só de pensar
que ele não está entre nós, faz falta seu ombro, seu sorriso, suas histórias,
seu afago, sua rotina, sua vontade de viver, seu carisma, sua sintonia com
Maria e Jesus.
Vamos sentar aqui nesse banco e eu
vou contar direitinho todas as sensações maravilhosas que vivi ao longo dos
seus 96 anos, eu me senti neta, filha, criança, amada, acarinhada, feliz e com
o melhor vô do mundo.
A divina providência foi generosa
comigo como neta, pude desfrutar de momentos mágicos e felizes, pude memorizar
mil e uma aventuras, pude ter uma infância mega feliz ao lado de um super avô.
Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://familiacomdeus.com
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