quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Ele não pode ter partido


Foi um choque para mim, a primeira grande perda, estava tão sem chão naquele momento, ter perdido meu avô foi duro demais. Primeiro porque minhas avós partiram precocemente e meu avó fez um grande papel de avô.
Ele tinha um coração enorme, não gostava de ser chamado de vô, amava rezar, terço na mão era a sua marca registrada, ele era bem humorado, firme e doce, legal e implicante, chato e gentil. Vovô era do nosso tempo.
Eu ficava alucinada com as coisas que ele me dizia, tinha sempre algo de bom para dizer, um ombrinho amigo e muito ouvido para escutar as choradeiras das netas. Vovô era apegadíssimo ao meu pai, ambos se davam muito bem, uma relação construída.
Ele está bem no céu, ao lado dos seus, o dia que ele se foi teve tristeza na terra e festa no paraíso. A saudade não dói tanto, ela ainda incomoda, passaram-se alguns meses, mais de 12, menos de 24.
Em vários momentos de euforia ele esteve presente, participava ativamente da vida dos filhos e dos netos, exercia com maestria todos os seus talentos, era humilde, singelo e cativante.
Nutri por ele um amor incondicional, algo inexplicável, era como se ele fosse meu segundo pai, um protetor, um anjo do bem, um benfeitor, um patrocinador, uma caixinha de amor.
Eu soluço de tristeza só de pensar que ele não está entre nós, faz falta seu ombro, seu sorriso, suas histórias, seu afago, sua rotina, sua vontade de viver, seu carisma, sua sintonia com Maria e Jesus.
Vamos sentar aqui nesse banco e eu vou contar direitinho todas as sensações maravilhosas que vivi ao longo dos seus 96 anos, eu me senti neta, filha, criança, amada, acarinhada, feliz e com o melhor vô do mundo.
A divina providência foi generosa comigo como neta, pude desfrutar de momentos mágicos e felizes, pude memorizar mil e uma aventuras, pude ter uma infância mega feliz ao lado de um super avô.
Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://familiacomdeus.com



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