Amo
mulheres poderosas. Donas de si. Não estou querendo fazer guerra de sexo, nem
impor que mulher não pode isso ou aquilo e que deve fazem assim ou desse jeito.
Mulher
tem que gostar do que faz, tem que se sentir linda, amada, desejada, tem que
ser feliz por vocação. Mulher tem que seguir a intuição, abraçar as
oportunidades.
Fico
em pânico quando vejo mulheres tão dependentes financeira ou emocionalmente, dá
uma dó no coração, parece até que elas não conseguem ir além.
Nunca
dorme até tão tarde porque precisa preparar o café do amado. Nunca dorme cedo
porque precisa pensar em tudo. É a última a se recolher e a primeira a se
levantar.
Já
acorda com a pergunta padrão de dormiu bem? No meio do dia a pergunta que ela
faz é está tudo bem? Como foi seu dia? O que quer jantar? Deseja algo para o
café da manhã em especial?
Eu
estava com medo, medo de que esse comportamento virasse regra. Medo de ter que
pensar no outro o tempo todo sem relaxar, medo de ter que fazer tudo do mesmo
jeito e do “jeito certo”.
Quanto
mais eu me dedicava, mais pouco caso ele fazia, era uma coisa sofrível e
medonha. Eu estava cansada, queria recuperar minha autoestima, minha alegra,
meu direito de não fazer nada. Essa obrigatoriedade estava me matando.
Ele
nunca iria me ver de novo com admiração novamente, acho que ele perdeu o
encanto, se eu mesma mudei porque ele não mudaria. Se eu mesma não sou mais
admiradora de mim, como ele seria?
Eu o
amo tanto que isso assusta, assusta eu ter medo de perder, assusta eu me sentir
infeliz ao seu lado mesmo o amando tanto, assusta saber que eu não o vejo mais
com brilho no olhar.
Minha
vida seria vazia sem ele, meus sonhos se afundariam, meus ideais de família
desmoronariam, eu coloquei todas as minhas fichas, minhas esperanças, minha
crença nesse amor.
Eu
nunca fui esse tipo de garota que tem medo do novo, que tem medo de perder, que
tem medo de ser abandonada, que tem medo de ser trocada, que tem medo de ficar
só.
Ultimamente,
tudo que ele fazia comigo parecia ter um propósito, o único e exclusivo
propósito de me magoar, de me ofender, de pisar em mim, de fazer exatamente
tudo que eu não gosto.
Alterei-me
sutilmente, tinha medo até de explodir, tornei-me merecedora de tudo que eu
havia passado e continuava passando, eu estava literalmente pisando em ovos.
Resolvi
sair de cena, perdi o contato, o deixei partir, estava disposta a começar do
zero, a fazer as pazes comigo mesma, arranquei do meu peito aquele amor
unilateral que só me fazia mal.
Não
viramos melhores amigos, nunca teve clima para isso, não nos desejamos coisas
boas, nem ficamos próximos um do outro, não foi o término que eu gostaria, mas
foi o término possível para nós dois.
Estou
aliviada com o desfecho de tudo isso, tomei as rédeas da minha vida, voltei a
sorrir, sinto-me novamente poderosa, satisfeita, risonha, antenada, fiel, estou
no caminho certo.
Fiquei
mais relaxada, menos estressada, mais feliz, o tempo é um curador nato, um
anulador de sentimentos falsos, um eterno sábio que traz todas as verdades à
tona.
Agradeço
por me sentir assim, deixei de ficar preocupada com as respostas dos por quês,
deixei de tentar entender o acontecido, deixei de amar mais o outro que a mim
mesma.
Foi
tão bom vê-lo feliz, realizado, casado, com filhos, recomeçando sua vida de
forma diferente com luta, garra e perseverança, com vontade de dar certo. Eu
também reconstruí a minha vida.
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Arcise Câmara
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Crédito de Imagem: maiaraentrelinhas.blogspot.com
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