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Dá saudade ter pais ausentes, mesmo
que você não more com eles, eles levaram muitas coisas, muitas comidas
regionais, o famoso pirarucu, o tucumã, o açaí, a farinha warani e a tapioca,
além das castanhas do Pará que viraram castanhas do Brasil.
Mamãe, 62, papai com quase 68 anos e
aquelas duas bagagens de mão pesando quase 5 quilos cada uma, me deu uma dor no
peito, se estava pesado para mim, imagina para eles.
Eles estavam felizes, eles sempre
fazem viagens religiosas e emendam com viagens turísticas, vão esticar até
Curitiba, matar saudades da filha e dos netos, passear, festejar o aniversário
pela segunda vez do neto caçula.
Morro de rir da gente caducando com o
filho dos outros, tenho saudade de ser tia de perto, meus pais tem saudades de
netos próximos, as crianças estão longe, só adulto rodeando a gente exceto pela
sobrinha postiça Jasmim.
As crianças não são tão crianças
assim, Sthéfano fez nove anos, Juan perto dos quinze e nós com saudade da fase
boa, das criancices da idade, das tiradas inteligentes, das roupas que não
cabem mais e do pé que crescia a cada dois meses.
A união dos dois irmãos é evidente, o
menor tem uma admiração pelo mais velho, eles são amigos, ele quase não se
sociabiliza com os colegas de classe, mas com o mano, é uma animação que só
vendo, Sthéfano é tímido, tem medo de ser julgado, sofreu bullying na escola,
apanhou até, precisou que minha irmã fosse até as últimas consequências, talvez
por isso tenha se fechado.
Meu sobrinho mais velho assumiu
algumas responsabilidades, ajuda na arrumação da casa, lava a louça que suja,
ajuda a proteger o irmão e isso os uniu e a amizade que já era forte ficou cimentada.
Agora são cinco partes de mim que
estão longe, uma saudade feliz, não dói porque eles estão bem felizes lá e eu
só posso ficar feliz aqui também, se eles estão felizes, isso me basta.
- Arcise Câmara
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