Ele
me interrompia para dizer como eu devia pensar, fazer e dizer e se caso eu não
seguisse seus conselhos, ele ficava extremamente aborrecido. Ele se colocava na
posição de homem entediado, chateado, frustrado e mal-amado para conseguir o
que queria, eu adotei o hábito de tomar uma xícara de chá de hortelã depois das
refeições para desestressar. O que mais me causava aflição era os
questionamentos sobre o verdadeiro amor. O que era o verdadeiro amor? Ser eu
mesma implicava em falta de amor? Não seguir conselhos era desamor? Porque a
minha zona de conforto era proibida de ser explorada. Vivia doente, adoecia com
facilidade, tinha o sistema imunológico fraco, ausente, muitas vezes chorava,
outras tanto ria, chorava de tanto rir, era tão hilário me sentir fantoche, me
sentir manipulada, eu fui conscientemente manipulada. Parei de me ofender com
bobagens no intuito de me proteger, se dirigia mal eu fechava os olhos, se o
trânsito estava caótico eu dava tempo em algum happy hour, o importante era não
contrariá-lo, ou frustrá-lo ao volante. Reproduzi a figura materna de mãe
amorosa, de alguém que não reagia aos gritos, a raiva e usava como refúgio a
fuja, as saídas, o passeio, o sono. Não era atraente sexualmente e nem me
motivava a ser. Eu premiava com muitos elogios os comportamentos positivos e
punia com greve de sexo os comportamentos indesejados.
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