quinta-feira, 13 de abril de 2017

Chateada e Feliz, dois polos da mesma raiz


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Eu não quero usar nada nem ninguém, eu não quero a busca insana por lipoaspiração, não quero encontrar culpados, não quero detestar minha autoimagem.
Não quero enlouquecer na dieta, não quero a obsessão da magreza, curto a disciplina, curto o ritual de malhação, curto o amor cafona e duradouro, curto ser ridiculamente boba.
Ainda não administro bem as rugas e o envelhecimento, sonho com a velhice tranquila, com o sucesso na escrita, sonho com menos consumo, sonho em refletir minha imagem com mais simplicidade, sem preocupação com estética, medidas, beleza, academia.
Importa-me os sentimentos, me importa a amizade, me importa o coletivo, me importa a fé, o bom senso, o cheiro das estações, o por do sol, me importa desacelerar, não me preocupar em aparências legais.
Às vezes sinto a sociedade doente, deixamos de querer ser naturais, gostamos de discutir assuntos, gostamos de apontar as mudanças para o mundo, gostamos de acalmar nossos egos, eu nem sei como o Amor consegue sobreviver em meio a tanto caos.
Chega de sinceridade perversa, chega de críticas, chega de trabalhos sem amor, chega de cabelos platinados, chega de corridinha ao cabelereiro na hora do almoço, chega de viver com nostalgia, chega de correr pro espelho, cansei de me preocupar com o belo, chega de ouvir opiniões de quem nada me acrescenta.
Amo meus amigos sinceros, amo pessoas de fácil perdão, amo quem me ajuda a rever condutas, amo cortar o cabelo, amo frases enriquecedoras, gosto de fugir de polêmicas.
Gosto de ingenuidades gratuitas, evito velhas rixas, não gosto de viver situações parecidas, passar por coisas que já passei, mesmos erros, mesmas expectativas, mesmos caminhos...
Gosto de sapatos e estradas novas, gosto de estar rodeada de pessoas especiais, gosto de observar, gosto de coisas que me acrescentem, gosto de namorar, gosto de olhar para dentro.
Sou cheia de descobertas, sei me aprovar, sei aquilo que me faz bem, sei meu valor, sei me manifestar contra a inveja, sou sensitiva, sei reconhecer uma inveja tipo “natural”, sei reconhecer desconfortos causados pelo meu sucesso, sei reconhecer discursos de inveja branca, sei ficar alerta contra as armadilhas.
Amo o sabor da conquista, curto acalentar fel alheio, sou vocacionada a resolver problemas que não são meus, mas que me afetam.
Sou juíza de mim mesma, acho que todos somos desiguais na aparência e no conhecimento, mas cada ser é único e a tua bagagem jamais será melhor ou pior que a minha.
Sou paciente, mentalizo ser paciente, tenho como mantra a paciência, a trajetória é longa e penosa, mas cada dia venho me aproximando dos meus objetivos, seis respeitar minhas diferenças, meu humor oscilante, meu plano de vida sempre foi e sempre será o equilíbrio.
Sou segura, estudo o outro, leio livros, acabo deixando passar o tempo, muito tempo, esqueço-me de comer e até de dormir, uma fuga a realidade alguns dizem, mas para mim é hobby misturado a diversão.
Sou de disputas, cedo ou tarde acabo enfrentando-as, acho que particularmente nasci para cutucar feridas, dar chacoalhões. Nada tenho contra quem cuida da própria vida, o problema é deles, mas ver os próximos dando passos em falsos, segundo minha teoria protetora não me deixa de mãos atadas.
Arcise Câmara


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