Desafios cotidianos diários, conflito
de interesses, eu gostava dele mais facilmente se ele acatasse minhas sugestões
massageando assim meu comportamento carente ou grudento.
Tenho limitações e deficiências,
coisas sem sentido em nome do amor, trato de assuntos importantes com muito
sofrimento e crises humanas, gosto de fazer o trabalho andar para o meu bem.
O Amor é a delícia das delícias, eu
acho que você não respeito sua opinião sobre um monte de coisas que não combina
com a minha, eu acho que deveria ter uma reação mais contida, eu acho que seus
amigos fazem seu coração vibrar.
Sinto pressão para casar com ele, mas
ele foi um safado a vida toda, ele não respeitou infinitas mulheres, ele já se
divorciou três vezes, é difícil não me incomodar com seu jeito de ser e como
ele foi no passado.
Nenhum amor nos faz poderosos para
mudar o outro, sei que não mudarei, mas ele se apresenta hoje de outra forma,
mas seu passado me faz agir de forma insegura e imatura, eu sei que a vida tem
suas surpresas, às vezes me sinto deslocada ao lado dele, parece que somos de
mundos distantes, outras vezes me defendo tentando minimizar os riscos para não
amar verdadeiramente.
Tenho habilidade de debater e
argumentar e fiz isso quando vi algumas fotos comprometedoras, ele se saiu
muito bem, disse que era passado e que eu conhecia o seu passado escuro.
Descubro algo pessoal sobre ele na
primeira conversa, ele já sofreu por amor, já fizeram canalhices com ele e por
causa disso ele igualou para pior todas as mulheres que eu superestimo.
Fiquei enlouquecida, cheia de transtornos
comportamentais e tornei-me passiva e contida. Em um mundo ideal, poderíamos ir
a qualquer lugar e fazer qualquer coisa, mas eu tinha medo dele se apaixonar
perdidamente, tinha medo que ele se arrependesse de ter maltratado alguma ex,
tinha medo de não ser boa o suficiente para segurá-lo.
Você vai ter a vida que quiser ele me
dizia me dando total liberdade para eu ser eu mesma, eu vivia contando os dias
para casar, ter filhos, falar abertamente para todo mundo que eu tinha uma
família cheia de sentimentos e sem problemas.
Eu ficava chateada por ainda não
conhecer os pais dele, talvez eu seja de outro tempo, eu vivia tentando me
interligar a ele mesmo que a medicina fosse algo chato para conversar.
Colocava na minha cabeça que coisas
acontecem quando têm de acontecer e o passado não interessava mais, o que
importava era o momento presente e as escolhas de hoje.
A conversa descamba para revelações
íntimas e eu não gosto de escutar muitas coisas que ele me diz sem eu
perguntar, coisas que eu não gostaria de saber, sei que não foi culpa dele ele
só queria um laço de sinceridade entre nós.
A importância da lealdade e do amor é
o ensaio do felizes para sempre e nessa hora entendi o quanto fui intolerante
ou criança em não perceber o quanto o passado dele não me deixava viver o nosso
presente.
Arcise Câmara
Imagem: Google
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