Acredito muito no poder da mente
aberta, do poder de não julgar, do poder de aceitar os fatos como são, nem tudo
acontece como prevemos, mas tudo acontece para nos trazer alguma lição.
Devemos celebrar a vida com alegria,
vontade de viver, esperança em dias melhores, aceitação das coisas que não nos
pertence ou não pertence ao nosso “mundo”, sabedoria e tranquilidade.
Num determinado momento da minha vida
as coisas tomaram um curso inesperado, estava numa bifurcação e eu tinha duas
simples alternativas: seguir em frente ou me lamentar.
No início eu não entendi por que aquele
episódio me afetava tanto, porque não era tão fácil seguir em frente, trilhar
outros caminhos, aceitar o fato consumado, porém desacostumar não é tão fácil
assim.
Definitivamente eu não entendi onde
aquilo tudo ia me levar, eu não entendia o porquê de eu estar passando por
isso, eu não entendia a crueldade que a vida estava me impondo sem o meu
consentimento.
Eu não sabia mais o que era tão
comum, eu não sabia qual era o vencedor se era a insônia ou o choro. A coisa
foi ficando séria, foi somatizando no meu organismos, já estava com olhar de
peixe morto e olhos de atleta de box nocauteado.
Perdi peso, não era pra menos, estava
sem apetite algum, o apetite foi passear para nunca mais voltar, estava
chateada em ter que comer sem vontade ou força para isso, eu preferia jejuar
mesmo.
O que mais me revolta é que todo o
meu drama era por uma coisa que eu não poderia mudar, uma coisa que não dependia
de mim, mesmo que eu me opusesse as coisas não iriam mudar, então aquela
bifurcação em que eu tinha que escolher dois caminhos ficou mais óbvia na minha
decisão.
Parecia razoável desfocar nas coisas
que me faziam mal, parecia interessante voltar a sorrir, rever os amigos, fazer
atividade física, concentrar-me em novos projetos, há tantas coisas para sonhar
e concretizar. Essa era a hora.
É uma sensação de liberdade quando
finalmente você toma para si as rédeas da sua vida, quando você decide pela felicidade,
quando entende finalmente que a felicidade só depende de você.
Eu poderia me divertir ao ar livre,
lendo um livro, escutando minhas músicas preferidas, tomando o sorvete de açaí
ou o suco de graviola, poderia me divertir indo ao show, uma peça, um passeio
no parque.
O dia voou depois que resolvi
preenche-lo e assim os dias, as semanas, os meses foram voando e voando e com
muitas atividades não havia tempo para aquilo que me fazia ficar triste, a
tristeza perdeu o sentido. Ainda bem!
Até o momento eu não sabia ou não
tinha consciência que a minha tristeza era assunto e fofoca de muita gente, as
pessoas curtem comentar e falar da vida alheia, curtem dizer o quanto você
estava uma morta-viva.
Isso me magoou tanto, eu virei o
centro das atenções e da fofoca. Resolvi viajar, conhecer pontos turísticos,
aproveitar a parte boa de ter me focado no trabalho e no final das contas ainda
fui promovida. Sim porque focar no trabalho acendeu luzes empreendedoras em mim
que fizeram uma super revolução na instituição que trabalho.
Há mais uma coisa que eu devia te
dizer, tudo passa, essa história que o tempo cura tudo é uma verdade universal,
o tempo cura, cicatriza, elimina marcas, remedia a tensão, o tempo é um bom
amigo, mas no início do sofrimento o tempo parece uma desculpa pra boi dormir.
Resolvi festejar meu aniversário,
comemorar os novos ciclos, ser abraçada e presenteada pelos amigos queridos.
Era a nova fase, a fase da mudança, eu já tinha conquistado a promoção no
trabalho agora merecia a promoção individual.
Fiquei tão nervosa, fiquei com medo
de não conseguir abrir a mente para novas oportunidades, fiquei com medo do que
os outros vão dizer e pensar, fiquei com receio de me entregar e sofrer. Mas a
vida não de riscos?
Eu vou sempre me arriscar a ser feliz
e se as coisas desandarem eu me lembro da estrada e da bifurcação e na escolha
de qual lado seguir.
- Arcise Câmara
- Crédito de imagem: http://www.aacarmosion.com
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