Hoje estava refletindo sobre uma infinidade de conflitos
desnecessários pelos quais já passei, desde tomar uma decisão precipitada a
respeito de um assunto que ainda não amadureceu, ouvir fofocas e espalhá-las,
julgar e condenar...
Há problemas que não podíamos ter resolvido de cabeça
quente, nos arrependemos claramente do que dissemos, quebramos nosso telhado de
vidro por causa disso.
Quando refletimos com calma e sem rancor, mágoa ou ódio,
temos uma visão mais clara dos problemas, dos excessos, do descaso, da falta de
afinidade, da discussão em si por um motivo tão torpe.
Somos cheios de boas soluções para velhos problemas, temos diversas
maneiras de ver o mesmo fato, somos benéfica com nossos próprios erros, uma
coisa que ajuda muito é fazer uma carta, escrever todos os sentimentos
Num papel, sem medo, com intimidade suficiente para expor
tudo sem rodeios, não que essa carta vá parar nas mãos de alguém, serve apenas
para tirar os sentimentos ruins de dentro do corpo.
Tem gente que não aceita a morte dos filhos, tem gente que
não aceita a separação, outras pessoas não aceitam a traição, escrever sobre os
temas ajuda a aliviar a dor, além de ajudar na decisão para seguir em frente.
Teremos dias na tempestade, cuja direção não sabemos qual seguir, teremos
dias que só queremos estar só, sem ter ninguém por perto, mesmo que não seja
nada pessoal com você, terá dias que não me lembrarei de ter magoado você.
Tentei me livrar de alguns pesos e acredito que só mudei de
mochila, desviei o percurso, rodei, rodei e parei no mesmo lugar, aconteceram
coisas incompreensíveis, porém era conveniente que aquilo me acontecesse para
meu próprio amadurecimento e crescimento pessoal.
Meu espelho refletia exatamente como eu era, às vezes me
incomodava, outras não, eu era a minha chefe, ditava ordens para mim mesma,
mesmo que acendesse a luz vermelha de “alerta” ou “cuidado”, estava sempre
pronta para correr riscos.
Inspirava-me ser dona de mim, eliminava qualquer coisa que
me incomodava, incluindo amigos, programas de tevê, leituras, só sobrava o
trabalho, a família e os amigos mais amados para uma aceitável negociação.
Fundamentei muitas coisas com o achismo da ética, com a
predisposição a precipitação, com os acontecimentos que de fato mudaram a minha
vida em 180º, desfiz de alguns sonhos,
fantasiei algumas situações, suportei vários obstáculos, aventurei-me no
desconhecido.
Perdi o medo de errar, de fracassar, perdi a vontade de
estar no topo, de competir, não perdi a crença em mim, só não quero seguir a
vida buscando triunfo o tempo todo.
Despertei para um monte de coisas, percebi que pessoas
amigas e íntimas podem ter inveja e ciúmes da gente, que nossa vida nem sempre
deve ser um livro aberto, que a monotonia é fase que passa, que não nos damos
conta quando somos grosseiros com os outros, mas o nosso telhado é de vidro bem frágilzinho.
Estou aprendendo a domar a impaciência, a iludir a vontade
de explodir, aprendendo principalmente a não ter pressa, a desfrutar a viagem
do presente sem afobação, sem as preocupações com o futuro, sem querer coisas
fora do meu alcance, quero tudo dentro das minhas possibilidades.
Por um tempo, sentia-me fútil, buscando perfeição, brigando
com Deus e o mundo por causa do meu senso de justiça, metendo o pau em políticos
que não cumprem seu papel social, esquecendo que indiretamente eu também era
responsável por tudo isso e que precisava fazer a minha parte, os outros não
podiam assumir a responsabilidade pela minha raiva, frustração, chateação,
reclamação, eu faço parte desse universo, também eu sou responsável.
Comecei a me entusiasmar quando resolvi assumir
responsabilidades, não deleguei nada, não permiti que ninguém decidisse por
mim, comecei a explorar novos caminhos para mudar ao meu redor, é mais fácil culpar
os outros, deixar que o mundo decida por nós, é mais fácil o discurso de que
sou explorada, que tais projetos são inúteis.
Sou a única responsável pela forma que conduzo a minha vida,
minhas decisões devem partir de mim, ninguém pode toma-las no meu lugar, o
caminho a seguir é exclusivamente meu.
Aprendi também a ficar sozinha, afastar o tédio, evitar a
nostalgia do que passou, aprendi a me calar quando estou explodindo por dentro,
além da lição magistral de aspirar a felicidade sempre, sem prejudicar a
felicidade alheia.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: https://pt-br.facebook.com/AtitudesInteligentes
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