terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Voz embargada

 
A ajuda dos voluntários na tragédia em Santa Maria é sem dúvida um conforto aos que perderam tudo, aos que tiveram o chão aberto em forma de cratera, aos que terão voz embargada por muito tempo. Nada serve de consolo, parafraseando o escritor Fernando Pessoa: o-valor-das-coisas-não-está-no-tempo-em-que-duram-mas-na-intensidade-com-que-acontecem e jovem é sinônimo de vida intensa, de sorriso e alegria de viver.
É uma grande dose de cinismo de poucos, não atentar para a segurança, não ser paranóicos com o que pode acontecer, não pensar apenas em beleza e simpatia do local e sim usar da inteligência para evitar mortes. Quando se trata de pessoas é preciso e necessário ter um grande poder de percepção. Somos vida  e esse é o bem mais precioso que temos.
Nessa hora não há muito o que dizer, as palavras não chegam ou não são suficientes, é difícil falar, nenhuma mensagem positiva anula o caos, nada conforta essa dor, resta apenas a alegria no coração dos momentos vividos, embora esta alegria esteja sufocada de tristeza. As autoridades eu peço que chequem isso de perto, as fiscalizações eu recomendo que isso não volte a acontecer, aos feridos que  se recuperem do mal-estar, das queimaduras e de qualquer enfermidade. Aos corpos de bombeiros e prefeitura que acabem com o discurso de que tudo estava nos conformes e se alterem seus discursos para o vamos-punir-os-responsáveis. Oh Deus! Recebe e acolhe todas as almas, fortifica as famílias e amigos, não deixem que os que ficaram morram junto, se desfaleçam juntos, que os jovens sejam salvos dos perigos da vida e que essa vida que nos deixou de cabeça para baixo possa nos transformar ou nos ensinar a viver ou sobreviver depois dessa catástrofe.
- Arcise Câmara
 

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