No campo de concentração, qualquer mulher de marido assim se sente
prisioneira, indefesa, estátua, perante abusos físicos de um marido
autoritário.
O autoritarismos é uma mistura de posse, poder, força bruta, mania,
prepotência e arrogância, tem que ser do meu jeito impera a classe autoritária.
Fico
mortificada em perceber em todas as esferas a dominação que esses homens
exercem sobre as mulheres, nem sempre carentes, nem sempre financeiramente
dependente, nem sempre coitadinha ou de infância similar. Mas todas tem algo em
comum, a capacidade de perdoar, de acreditar em mudanças, de aceitar o comum
como normal, o grotesco como o “faz parte da vida”.
É
duro receber ordens, ordens, ordens, viver no quartel general, controlar
pensamentos, ações, frases, palavras, roupas, maquiagens. É pesado ser atriz o
tempo todo, ser observada e filmada por seus belos olhos.
É
frustrante saber que a vida está trilhando um caminho não imaginado, as
escolhas são suas, os trajetos são seus.
É louco não saber se você ama demais ou de menos, se você se ama ou não,
se consegue ser feliz nos poucos tempos de desprendimento, naqueles segundinhos
em que você rir, fala o que quer sem ser tolhida, sem ser criticada ou
massacrada.
Você casou com um maníaco, você casou com um dominador de berço
esplêndido, um projeto de “último da fila”.
A vida é comparada a rodas-gigantes, a gangorras em que uma hora está
por cima, outra por baixo, mas você decidiu ficar sempre por baixo, você
decidiu deixa-lo nas nuvens, você decidiu que o céu e as estrelas eram deles e
que o chão e o fundo do poço eram seus. Você com a ajuda dele faz suas escolhas
diárias, resolve amortecer seus conflitos internos, deleta a sua alma enérgica
e apaga qualquer luz do caminho. Você se autosabota, se anula e se fere e
depois insiste em culpar o outro, o outro faz o que quiser, mas ele não tem
domínio sob você a não ser que você delegue esse poder.
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