Como se poderia esperar que uma pessoa soubesse quais caminhos são certos
se ela, para começar, nunca chegou a saber o que é um caminho certo. Procuramos
amor em lugares errados, é como se tomasse o antibiótico errado e quiséssemos
nos curar. É como tentar se fortalecer sem antes enfraquecer-se. É como um jogo
ridículo em que facilmente ganhamos, ou as facilidades de ter tudo na mão.
O medicamento adequado é primeiramente o conhecimento do caminho, buscar o caminho, encontrar o caminho, se agregar ao
caminho e seguir nessa estrada chamada vida!
Parece bobagem, mas o que tem de gente namorando por namorar,
escolhendo profissões sem raciocinar, casando sem grandes propósitos de ficar
junto no futuro, tem tanta gente que anda em qualquer direção, uma hora múmia
paralítica, outra hora folhas ao vento.
Não temos bolas de cristais, mas muita coisa que acontece com a
gente nem é fruto das nossas escolhas e sim falta delas.
Não escolhemos certos rapazes, mas o recebemos de braços e coração
abertos, não escolhemos certas profissões, mas damos continuidade as profissões
dos pais, afinal o escritório já está montado mesmo, não compactuamos com
traições e safadezas, mas quem não trai e nesse lesco-lesco vamos abafando os
valores e nem sei se seguindo em frente, mas indo em qualquer direção, de
qualquer jeito, sem perceber que a estrada ao lado é menos esburacada, sem
perceber que o caminho inverso é mais feliz, sem perceber que se eu não mudar
posturas e comportamentos vou continuar caindo e tombando, sem perceber que a
vida é um cronometro acelerado e quando nos demos conta o alarme soa, sem
perceber que fui em qualquer direção e vivi sem grandes emoções. O tempo não volta!
E diante das incertezas e das certezas da vida o que realmente vale
a pena? O que de fato importa? Fui feliz? Amei sem medidas? Dei passos que eu
gostaria? Incrementei minha autoestima? Sonhei alto? Ou me deixei levar. Ou
ainda, segui a maioria, ou então fui aquela Maria Mole ou Maria Mijona ou Maria
vai com as outras. Lutei por meus ideais, os tive pelo menos, lutei por alguma
causa ou me fingi de cega, surda e muda, que tal nadar na mesma direção da maré
para evitar mínimos esforços, que tal copiar a vida igual daquela celebridade
que não tem problemas, que tal deixar de ser uma ninguém para viver no seu mundo,
o mundo do autoconhecimento, do eu que a partir desse entendimento consegue ver
o mundo como nosso.
- Arcise Câmara
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