domingo, 17 de março de 2013

Dominada pelo desgaste da relação


Eu tinha que ser forte como uma rocha, eu não podia fraquejar, eu deveria ser a supermulher, a que observa detalhes imperceptíveis, a que adivinha pensamentos, a mãe e provedora, a dona de casa e companheira.
O cansaço contumaz me envolveu e eu não tinha força, energia e minha respiração estava comprometida com toda aquela pressão para ser perfeita.
A seta levava a vários caminhos e eu tinha que escolher um único a seguir para o bem da nação e a minha escolha tinha que seguir a mesma direção do meu amor oposto.
Tem coisas na vida que só na marra acontecem  e foi na marra que me separei de você, e, assim na marra me libertei. Foi na marra que percebi o prazer da liberdade e foi na marra que me vejo mais feliz que ontem.
Usei minha inteligência para o mal, provoquei até onde eu pude, não evitei confrontos, vivia com alegria e tristeza estampadas no rosto, em gangorra emocional, desistindo de mim, dele, do nosso romance e da nossa vida em comum,  chegou a um ponto em que eu inconscientemente dizia: "desista de mim, por favor não lute, não insista! Me deixe ir" e assim o ponto final foi escrito em nossa história. O ponto final que sempre esteve ali, como num conto, com princípio, meio e fim, mas que o prolongamos e transformamos aquele ponto final em ponto seguido e assim estendemos mais um capítulo daquilo que não era para ser.
- Arcise Câmara

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