quinta-feira, 11 de março de 2021

Sou intensa!

 



Não podia me permitir ser diferente, tinha vivências práticas que me levavam a crer que essa sou sempre eu, sem modificações, cheia dos padrões, foi sendo assim que realizei meus objetivos.

Quando penso na vida como hoje está, sinto um aperto ruim no peito. As pessoas não andam preocupadas nem com si mesmas, não consigo elogiar um processo decisório de “tanto faz”, como se nossas ações não gerassem resultados.

A minha intensidade também me faz agir de forma voluntária, onde pode parecer um processo livre, que pode até ser em determinados casos, mas também são cheios de impulsividade.

Jantar fora é um ritual que não abro mão, mas faz um ano que não faço isso por questões óbvias, faço escolhas conscientes, estou longe de ser a filha crescida e madura em 100%, mas acomodada, nunca fui.

A cada covid, tive duas vezes, confiei no médico e bebi o remédio com silêncio e tranquilidade, mesmo sabendo que os compostos são procedimentos que davam certo pra uns e não davam certo pra outros.

Toda escolha envolve riscos e eu decidi me arriscar fazendo o supermercado de toda a família (3 casas distintas), fazendo farmácia, feira, estando na rua para suprir a necessidade deles.  

Devemos ser gratos com quem nos protege e foi Deus que me fez estar aqui, quando tantos não tiveram essa chance. Só saí para o essencial e sempre formei uma imagem mental de uma coisa, eu era responsável por mim  e pelo outro.

No trabalho tenho alguns desafios, não parei de trabalhar um único dia, apesar de ser independente e articulada, não consegui fazer com que os colegas entendesse a gravidade do que está ocorrendo e o dever de se cuidar.

Minha família tem muitas coisas em comum: somos fortes, até teimosos, mas uma coisa é notória, melhoramos a cada dia, num processo lento e continuo de sermos melhores hoje do que ontem, aprendizado dos ancestrais.

Somos conscientes dos riscos, como também das próprias responsabilidades. Odiei instantaneamente a postura dos governos de todas as esferas, fiz tremenda propaganda negativa de tudo que a ciência abomina.

O mundo é um só, somos irmãos deste planeta, somos um, somos unidade, a gente precisa apurar os nossos "eus" para que sejamos nós de verdade, para darmos um sinal de concordância de que o mundo é plural, digno, lindo, energético. Que precisamos acolher com amor, resgatar a autoestima e acreditar na essência da vida e na irmandade que nos cerca.

Mais intensa do que eu é a VIDA.

Arcise Câmara

Imagem: Simone Pesci

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