Não podia me permitir ser diferente, tinha vivências
práticas que me levavam a crer que essa sou sempre eu, sem modificações, cheia
dos padrões, foi sendo assim que realizei meus objetivos.
Quando penso na vida como hoje está, sinto um aperto ruim
no peito. As pessoas não andam preocupadas nem com si mesmas, não consigo
elogiar um processo decisório de “tanto faz”, como se nossas ações não gerassem
resultados.
A minha intensidade também me faz agir de forma
voluntária, onde pode parecer um processo livre, que pode até ser em
determinados casos, mas também são cheios de impulsividade.
Jantar fora é um ritual que não abro mão, mas faz um ano
que não faço isso por questões óbvias, faço escolhas conscientes, estou longe
de ser a filha crescida e madura em 100%, mas acomodada, nunca fui.
A cada covid, tive duas vezes, confiei no médico e bebi o
remédio com silêncio e tranquilidade, mesmo sabendo que os compostos são
procedimentos que davam certo pra uns e não davam certo pra outros.
Toda escolha envolve riscos e eu decidi me arriscar
fazendo o supermercado de toda a família (3 casas distintas), fazendo farmácia,
feira, estando na rua para suprir a necessidade deles.
Devemos ser gratos com quem nos protege e foi Deus que me
fez estar aqui, quando tantos não tiveram essa chance. Só saí para o essencial
e sempre formei uma imagem mental de uma coisa, eu era responsável por mim e pelo outro.
No trabalho tenho alguns desafios, não parei de trabalhar
um único dia, apesar de ser independente e articulada, não consegui fazer com
que os colegas entendesse a gravidade do que está ocorrendo e o dever de se
cuidar.
Minha família tem muitas coisas em comum: somos fortes,
até teimosos, mas uma coisa é notória, melhoramos a cada dia, num processo
lento e continuo de sermos melhores hoje do que ontem, aprendizado dos
ancestrais.
Somos conscientes dos riscos, como também das próprias
responsabilidades. Odiei instantaneamente a postura dos governos de todas as
esferas, fiz tremenda propaganda negativa de tudo que a ciência abomina.
O mundo é um só, somos irmãos deste planeta, somos um,
somos unidade, a gente precisa apurar os nossos "eus" para que sejamos nós de
verdade, para darmos um sinal de concordância de que o mundo é plural, digno,
lindo, energético. Que precisamos acolher com amor, resgatar a autoestima e
acreditar na essência da vida e na irmandade que nos cerca.
Mais intensa do que eu é a VIDA.
Arcise Câmara
Imagem: Simone Pesci
Nenhum comentário:
Postar um comentário