Faz tempo que quero fazer uma dieta consciente, faz tempo
que quer por a saúde em primeiro lugar, faz tempo que não me sinto pertencente
ao meu corpo e ando me enxergando de forma diferente.
Tive o insight que precisava parar, gostar do processo de
me autoconhecer, gostar do que enxergo e buscar melhorias naquilo que não me
agrada. Entrei num mundo que não era meu por 20 anos e resolvi mudar.
As relações humanas podem ser resolvidas, se houver gente
que ajude a encontrar o caminho do meio, mas para isso cada um precisa ter a
convicção do próprio caminho.
Era indisfarçável como a minha autoestima elevada
prejudicava minha saúde e a forma como eu lidava com meu corpo, eu não tinha
sabedoria, eu tinha indiferença. Eu não olhava pro todo, só olhava pra minha
mente, pro meu bem-estar estruturado de que era feliz de qualquer jeito.
Faz anos que pratico caminhada diária, sei que tem
atividades físicas mais modernas, mas sempre busquei o que me deu prazer e
talvez por isso a comida sempre foi uma aliada e não uma inimiga.
Cada vez me entendo menos como me deixei levar por tanto
conformismo, sou do tipo de pessoa que ama ficar sozinha, amo ter um lugar para
descansar a cabeça, amo ser melhor hoje que ontem.
Também sou emotiva demais, crítica demais, preconceituosa
demais, evito me unir com quem pensa diferente, com quem justifica o
injustificável, com que tem prazer em chatear os outros, mesmo com boas
intenções.
Eu consigo explicar para mim mesma a importância da
paciência, consigo relembrar as próprias histórias, fazer autorreflexões,
tornar tudo melhor, limpo, arrumado, dentro e fora.
Tem muitas coisas que me tiram do sério, as
discriminações de gênero estão muito enraizadas e esse é um fator que eu não consigo
engolir, precisamos entender o quão desumano é se sentir disposto a julgar e
condenar.
Não vou mergulhar nas profundezas do ódio, da
discriminação, não vou ser líder de ninguém e nem cabe a mim ficar apontando
caminhos de essência, convicção,
bondade e altruísmo.
Já falei de peso, já falei de ralações, posso falar de
convívio, de dificuldades, de muitos momentos especiais, posso falar de paciência,
de se dar menos e valorizar mais o que se dá, mas a questão não é essa, a
questão é que o que se vive impacta na sua autoestima e na sua felicidade,
esteja atento aos sinais.
Arcise Câmara
Imagem: soulbrasil
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