Tenho uma tradição, se eu lavo não enxugo, se cozinho não
lavo louça, peço perdão por qualquer coisa que eu tenha feito e aceito pedidos
de perdão também. Nada me assombra tanto
quanto as palavras não ditas nos relacionamentos.
Vou lhe dar um novo conselho, sintonizem os corações e os
espíritos, paz não é somente ausência de briga. Paz é ter tempo, paz é
aprender, paz é se importar, paz é aproveitar os momentos bonitos da vida.
Acho que quando a gente fala demais, fala o que não deve.
Eu vivo essa experiência quase diariamente, sei que há dizeres necessários e
secundários. Os necessários precisam ser ditos, e o que eu digo não precisava
ser dito.
É preciso limpar a sujeira todo dia, refletir que há palavras
que são muito fortes para serem ditas, acho que os casais não se separam por
falta de amor, acho que a maioria dos casais tem alguém que se sente sufocado,
cansado, infeliz. É dessa injustiça que eu estou falando.
Tem gente que procura ajuda tarde demais ou se esforça
pouco, isso não salva um relacionamento. Caso você tenha perdido um
super-relacionamento fique longe e parta
para outra, tudo que um dia acaba tinha uma razão de ser.
Relacionamentos quando acabam, não tem conserto, seja
como for, há um limite até onde se pode ir com essas ideias. Não devemos cair
no jogo eterno de “e se...” nem nos arrepender do fracasso. Fracassos nos fazem
refletir.
Às vezes a gente só vê as coisas com clareza depois de
acontecidas, daí a gente percebe que privatizou o casamento, deixou sem ar, isolado,
solitário e vulnerável e não estou dizendo que a culpa é só nossa. Cada ação,
uma reação.
O maior problema é quando falta dinheiro ou quando o
“eterno provedor” ficou sem trabalho. Antes as mulheres se mantinham em
casamentos horríveis porque não podiam se dar ao luxo de ir embora. Faltava
grana para sobreviver.
Hoje, idealizamos as culturas em que as pessoas ficam
casadas para sempre, mas não devemos supor automaticamente que a duração do
matrimônio é sempre sinal de contentamento conjugal.
Arcise Câmara
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