Não
conseguiu controlar a ansiedade, ele estava relutante, quer terminar nosso
namoro, eu ingenuamente achava que ele me amava e que não levava em conta a opinião
dos outros.
Um mar de
hostilidade se instalou, mentir para mim mesma não diminuiria a dor e a
lembrança de tudo que vivemos, deixei de tentar interpretar o que ele sentia,
agi com humildade depois de uma briga feia cuja única satisfação dele foi me
dizer que não me amava mais.
Eu teria movido
céus e terra para salvar esse namoro se pudesse, mas era impossível para mim
saber lidar com isso, eu não tinha alternativa, eu não tinha escolha ele não me
queria mais o que eu poderia fazer?
Era uma
crítica a mim mesma sobre tudo que acredito quando o outro não está mais a fim.
É claro que tive expressão de espanto, tristeza e uma certa raiva, sabia desde
sempre que eu não era seu tipo, porém fui ficando segura, nos reunimos para
jantar algumas vezes, pensávamos da mesma forma, senti uma pontada de ciúmes...
E...
Não me
pareço nenhum pouco com ele em alguns aspectos o que é um alívio, sou muito
mais emocionada, tensa e cansada, sou de achar solução com brevidade, sou de
acontecimentos marcantes, sou de manter o clima harmonioso, sou de me arrepiar
com pequenas sensações, sou do tipo de pessoa que acredita em alma gêmeas.
Muitas vezes
sou idiota, falo coisas sem sentido, pico a mula quando não estou disposta a
discutir, entendi que quando os ânimos estão quentes nada melhor do que ignorar.
Meu namorado
era sensual - sim, era de passado, já entendi que ele se foi – deprimi com sua
partida, pensei em suicídio ou alguma outra forma de chamar a atenção, depois
parei para pensar o quanto ele estava quieto nos últimos tempos, sem capacidade
de compreender o menor deslize, sempre em tom desagradável.
Passou uma
semana ignorando minha existência, eu era a que ligava, a que sentia falta, a
que insistia para sair, eu já tinha afirmado para mim mesma que tinha alguma
coisa errada nessa história.
Não conseguia
acreditar em dias melhores, eu fiquei possessiva, ciumenta e controladora,
coisa que nunca fui, não era uma mudança sutil, era impossível negar o quanto
estava rotineiro o seu olhar de desaprovação.
Várias
coisas me aconteceram, cabelo caiu, menstruação fora de época, dor na garganta
e de repente um toque de despertar: não vou dar valor a quem não me dar valor.
Cheia de
alegria e amor por mim mesma, recuperei a autoestima, fiz coisas que me
deixavam alegre, parei de deixar escorrer lágrimas nos olhos, ouvi o conselho
de terapeuta que me dizia: deixa ele com a sensação de te perder. Evite carinho
e cuide do seu coração em primeiro lugar.
Ele tinha
toda vida para se arrepender, para se dar conta do quando era feliz, para
entender que sua melhor opção era dividir a vida comigo, mas o momento de
arrependimentos aconteceu o mais rápido do que eu podia prever.
Devo
obediência a meu coração, acreditei que não seríamos felizes, entendi que mesmo
que eu sofresse agora , tudo vai ficar bem, mergulhei de cabeça em tudo que
curto e gosto, fui feliz, mas não estava mais sendo, ele era interessante até
demais para o meu gosto, mas por Inferno ou por Paraíso a coisa desandou e
achei melhor seguir outros rumos.
Arcise
Câmara
Imagem We It
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