sexta-feira, 4 de março de 2016

Não tenho segurança para lidar com os percalços da relação

40 dias no espaço

Não conseguiu controlar a ansiedade, ele estava relutante, quer terminar nosso namoro, eu ingenuamente achava que ele me amava e que não levava em conta a opinião dos outros.
Um mar de hostilidade se instalou, mentir para mim mesma não diminuiria a dor e a lembrança de tudo que vivemos, deixei de tentar interpretar o que ele sentia, agi com humildade depois de uma briga feia cuja única satisfação dele foi me dizer que não me amava mais.
Eu teria movido céus e terra para salvar esse namoro se pudesse, mas era impossível para mim saber lidar com isso, eu não tinha alternativa, eu não tinha escolha ele não me queria mais o que eu poderia fazer?
Era uma crítica a mim mesma sobre tudo que acredito quando o outro não está mais a fim. É claro que tive expressão de espanto, tristeza e uma certa raiva, sabia desde sempre que eu não era seu tipo, porém fui ficando segura, nos reunimos para jantar algumas vezes, pensávamos da mesma forma, senti uma pontada de ciúmes... E...
Não me pareço nenhum pouco com ele em alguns aspectos o que é um alívio, sou muito mais emocionada, tensa e cansada, sou de achar solução com brevidade, sou de acontecimentos marcantes, sou de manter o clima harmonioso, sou de me arrepiar com pequenas sensações, sou do tipo de pessoa que acredita em alma gêmeas.
Muitas vezes sou idiota, falo coisas sem sentido, pico a mula quando não estou disposta a discutir, entendi que quando os ânimos estão quentes nada melhor do que ignorar.
Meu namorado era sensual - sim, era de passado, já entendi que ele se foi – deprimi com sua partida, pensei em suicídio ou alguma outra forma de chamar a atenção, depois parei para pensar o quanto ele estava quieto nos últimos tempos, sem capacidade de compreender o menor deslize, sempre em tom desagradável.
Passou uma semana ignorando minha existência, eu era a que ligava, a que sentia falta, a que insistia para sair, eu já tinha afirmado para mim mesma que tinha alguma coisa errada nessa história.
Não conseguia acreditar em dias melhores, eu fiquei possessiva, ciumenta e controladora, coisa que nunca fui, não era uma mudança sutil, era impossível negar o quanto estava rotineiro o seu olhar de desaprovação.
Várias coisas me aconteceram, cabelo caiu, menstruação fora de época, dor na garganta e de repente um toque de despertar: não vou dar valor a quem não me dar valor.
Cheia de alegria e amor por mim mesma, recuperei a autoestima, fiz coisas que me deixavam alegre, parei de deixar escorrer lágrimas nos olhos, ouvi o conselho de terapeuta que me dizia: deixa ele com a sensação de te perder. Evite carinho e cuide do seu coração em primeiro lugar.
Ele tinha toda vida para se arrepender, para se dar conta do quando era feliz, para entender que sua melhor opção era dividir a vida comigo, mas o momento de arrependimentos aconteceu o mais rápido do que eu podia prever.
Devo obediência a meu coração, acreditei que não seríamos felizes, entendi que mesmo que eu sofresse agora , tudo vai ficar bem, mergulhei de cabeça em tudo que curto e gosto, fui feliz, mas não estava mais sendo, ele era interessante até demais para o meu gosto, mas por Inferno ou por Paraíso a coisa desandou e achei melhor seguir outros rumos.
Arcise Câmara
Imagem We It


Nenhum comentário:

Postar um comentário