quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A construção de um mundo melhor


Estamos abarrotados de problemas contemporâneos, são tantos, posso citar alguns: corrupção, tráfego pesado, ineficiência na saúde, porém somos livres, criativos e solidários, somos fraternos e generosos, somos duros de coração com uma facilidade em amolecê-lo.
O mundo está imenso de possibilidades de consumo, gastamos tudo que a sociedade nos oferece, buscamos lazer e cultura, livros e filosofias, estamos a serviço dos nossos interesses pessoais e nada disso combina com mágoas.
Exprimo com estima as minha melhores intenções ao que me apetece, estou bem mais preocupada com os meus do que com a crise e fome do outro lado do mundo e isso mexe muito com a minha coerência interna.
O valor da pessoa humana é totalitário, não importa se com laços sanguíneos ou não, somos filhos de um mesmo planeta, somos honestos por natureza, somos resolvedores de problemas alheios quando o teto desaba em nossa cabeça.
Temos feito pouco, sofremos no dia-a-dia situações muito duras, acabamos ficado frágeis e indefesos, e muitas vezes acreditamos como se a terra tivesse sido feita só para nós com um cartão escrito “com alegria e amor”.
A tensão nos torna quase bipolares, precisamos de poder e autoafirmação, estamos ansiosos e incompreensíveis, aceitamos o conflito com qualquer facilidade como se não fosse nada demais, a paz coroa por alguns segundos porém a discórdia é cimentada com tijolos.
Somos responsáveis por propostas lógicas que acabem com a tensão, com a mesquinharia, com o falatório sem pensar, com aplausos programados e com a necessidade de condenar e repetir sempre a mesma coisa para diversas situações como se fosse uma simples conta de 2+2.
Não há diferenças entre a boa vontade e a falta de passos em que essa mesma boa vontade exige, a gente critica os erros dos outros, mas não sai do lugar, a gente se acha em pleno desenvolvimento moral, a gente tem soluções para as questões em que só a fé salva, o medo tomou conta da razão.
Por outro lado, somos diplomáticos, nos sentimos valiosos demais, nada nos une, o diálogo e a amizade perdem a força, o afeto se desenvolve a medida que eu ganho alguma coisa com isso, eu, eu e eu e minha convicções, convicções e convicções.
Vários obstáculos temos que ultrapassar, o primeiro deles é a aceitação do outro, pensar e se exprimir sem magoar alguém, estar disponível para compreender como um compromisso ético capaz de reconhecer os valores de cada ser humanos, dos animais e da natureza.
Somos cheios de reivindicações, evitamos odiosas generalizações, porém somos meramente individuais, possuímos uma sabedoria prática e muita carência da vida, fomentamos ressentimentos e somos intolerantes ao mesmo tempo que buscamos a paz.
Falamos do defeitos dos outros como ninguém tivesse apto a errar, não somos todos são iguais por isso não podemos ter ações discriminatórias, poderíamos a invés disso engrandecer a nossa mente, buscar a verdade em lições, não as nossas verdades, mas as verdades de fraternidade.
Eu me abri ao medo, eu corri riscos, eu me contradigo as minhas inclinações e desejos, por vezes me sinto generosa e cheia de amor com o coração transformado, cheia de compromisso pelas causas solidárias, por dias me mantenho transbordante de alegria na luta pela justiça incansavelmente. A mudança tem que começar em mim.
Arcise Câmara

Crédito de Imagem: Profecia e Evangelizar

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