Estamos
abarrotados de problemas contemporâneos, são tantos, posso citar alguns:
corrupção, tráfego pesado, ineficiência na saúde, porém somos livres, criativos
e solidários, somos fraternos e generosos, somos duros de coração com uma
facilidade em amolecê-lo.
O mundo está
imenso de possibilidades de consumo, gastamos tudo que a sociedade nos oferece,
buscamos lazer e cultura, livros e filosofias, estamos a serviço dos nossos
interesses pessoais e nada disso combina com mágoas.
Exprimo com
estima as minha melhores intenções ao que me apetece, estou bem mais preocupada
com os meus do que com a crise e fome do outro lado do mundo e isso mexe muito com
a minha coerência interna.
O valor da
pessoa humana é totalitário, não importa se com laços sanguíneos ou não, somos
filhos de um mesmo planeta, somos honestos por natureza, somos resolvedores de
problemas alheios quando o teto desaba em nossa cabeça.
Temos feito
pouco, sofremos no dia-a-dia situações muito duras, acabamos ficado frágeis e
indefesos, e muitas vezes acreditamos como se a terra tivesse sido feita só
para nós com um cartão escrito “com alegria e amor”.
A tensão nos
torna quase bipolares, precisamos de poder e autoafirmação, estamos ansiosos e
incompreensíveis, aceitamos o conflito com qualquer facilidade como se não
fosse nada demais, a paz coroa por alguns segundos porém a discórdia é cimentada
com tijolos.
Somos
responsáveis por propostas lógicas que acabem com a tensão, com a mesquinharia,
com o falatório sem pensar, com aplausos programados e com a necessidade de condenar
e repetir sempre a mesma coisa para diversas situações como se fosse uma
simples conta de 2+2.
Não há
diferenças entre a boa vontade e a falta de passos em que essa mesma boa
vontade exige, a gente critica os erros dos outros, mas não sai do lugar, a
gente se acha em pleno desenvolvimento moral, a gente tem soluções para as
questões em que só a fé salva, o medo tomou conta da razão.
Por outro
lado, somos diplomáticos, nos sentimos valiosos demais, nada nos une, o diálogo
e a amizade perdem a força, o afeto se desenvolve a medida que eu ganho alguma
coisa com isso, eu, eu e eu e minha convicções, convicções e convicções.
Vários
obstáculos temos que ultrapassar, o primeiro deles é a aceitação do outro,
pensar e se exprimir sem magoar alguém, estar disponível para compreender como um
compromisso ético capaz de reconhecer os valores de cada ser humanos, dos
animais e da natureza.
Somos cheios
de reivindicações, evitamos odiosas generalizações, porém somos meramente
individuais, possuímos uma sabedoria prática e muita carência da vida,
fomentamos ressentimentos e somos intolerantes ao mesmo tempo que buscamos a
paz.
Falamos do
defeitos dos outros como ninguém tivesse apto a errar, não somos todos são
iguais por isso não podemos ter ações discriminatórias, poderíamos a invés
disso engrandecer a nossa mente, buscar a verdade em lições, não as nossas
verdades, mas as verdades de fraternidade.
Eu me abri
ao medo, eu corri riscos, eu me contradigo as minhas inclinações e desejos, por
vezes me sinto generosa e cheia de amor com o coração transformado, cheia de
compromisso pelas causas solidárias, por dias me mantenho transbordante de
alegria na luta pela justiça incansavelmente. A mudança tem que começar em mim.
Arcise
Câmara
Crédito de
Imagem: Profecia e Evangelizar
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