Treze anos de
casada e preste a um segundo divórcio, eu já sabia o que ia acontecer, os
sofrimentos que causa, porém eu comecei a me acostumar com a certeza de sua
partida, afinal ele ameaçava há bastante tempo.
Tudo começou
quando ele foi assistir o parto da nossa primeira filha, eu com quarenta anos e
ele com quarenta e dois. As autoridades entendidas no assunto dizem que o homem
perde o tesão na mulher, eu porém queria um pai participativo desde de sempre.
Seu temperamento
ficou maldoso, vendo em tudo e em todos más intenções, ele se sentia ameaçado
com a presença do filho e começou a rejeitar o próprio filho como uma espécie
de depressão pós-nascimento do herdeiro.
Ficou implicante
e insuportável, exagerou um pouco nos comentários de que meu peso jamais
voltaria e que eu ficaria gorda para sempre, provocou de todas as formas das
mais sutis as mais humilhantes.
Eu, alimentava a
esperança de que ele mudasse, de que fosse uma crise de aceitação da
paternidade, havia um serzinho que precisava de nós e do nosso amor, da nossa
união e da nossa convivência pacífica, porém, eu estava também insatisfeita com
a passividade do marido em relação ao bebê.
Nossa filha não
tinha culpa de nada, o que seria da nossa vida dali pra frente com tanta
hostilidade, poucas horas agradáveis, e com muito aperto no peito.
Agradeço e dou o
meu muito obrigada a todos que me acolheram, aos que não foram indiferentes,
aos que me incentivaram a não esconder a vaidade de ser boa mãe em todos os
aspectos, a desenvolver minha autoestima aos pouquinhos.
Possuo um sexto
sentido apurado e percebi que o desafeto não era culpa minha, nem do parto, nem
do bebê, descobri que muito do desgosto do marido era baseado apenas em
opiniões dos outros, como sogra, sogro, cunhados, amigos.
Custei a
acreditar, Será? Duvidei, perguntava com frequência o que estava acontecendo e
só obtinha respostas estúpidas, eu fiquei um lixo, só não tentei me matar porque
o amor pela minha filha era maior que o amor por mim mesma.
Depois de tanta
angustia e de tantos acontecimentos ruins, depois de tantas ameaças eu o pedi
para ir embora, para sumir da minha vida, para seguir sem mim, ele mudou,
tornou-se um outro homem, eu percebi o blefe, mas não queria mas conviver em
meio a joguinhos, compartilhar uma vida com um homem que só consegue dar valor
depois que perde, cansei. Vai! Xô! Eu nunca precisei ameaçar para decidir coisa
alguma. Quero viver feliz sem você!
Arcise Câmara
Crédito de Imagem: Apenas 1
Nenhum comentário:
Postar um comentário