Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, temos um lado
sombra, aquele lado obscuro que não queremos demonstrar ou nem ao menos
conhecemos, mas percebemos claramente este defeito sombrio nos outros, somos
ótimos para enxergar os nossos defeitos nos outros.
Não tenho
poderes mágicos a não ser a intuição, sou muito pé no chão, acho que meu estado
de espírito é bom na maioria das vezes, sou dependente de amor, não me acho
carente, mas ter notícias, abraçar, beijar, sentir, sorrir, estar perto de quem
se ama são algumas das possibilidades que me faz feliz.
Experimento
emoções constantemente, alegria, conforto, a felicidade de ter pai e mãe vivos,
de ter amigos queridos, de ser impessoal às vezes e amigável outras tantas
vezes, falta inteligência algumas vezes para contornar situações conflitantes,
falta um beijo rápido ao sair de casa, um selinho de boa noite, uma mudança
profunda.
Quero tudo,
posso tudo se tenho consciência do certo e do errado, do tudo e do nada, honestamente
tenho emoções fervilhantes, não recrimino ninguém, aliás, não curto julgar,
porém minha raiva fica no limite quando o assunto é falta de civilidade e
outras tantas vezes exerço meu direito de reclamar.
O estresse
por pequenas coisas, não vale a pena, mas esse é meu amigo constante, sou uma garotinha
que cresceu em meio a pouca paciência de meu pai e a muita proteção de minha
mãe.
Sou um pouco
possessiva, me acho donas das coisas, dona dos sentimentos, sentimento para mim
não deveria morrer, apenas crescer e crescer.
Passado é
passado, mas o passado remoe um pouco até a cicatrização final, depois disso o
passado vira passado. Isso é fato. Não posso mudar a essência das coisas, o que
é do homem o bicho não come, amo fins de semana deliciosos, refletir e
aprender, descobrir novos olhares sobre o mundo, sobre as pessoas.
É imprescindível
desaprender, olhar a realidade sem filtros, afastar-se das ideias preconcebidas,
dar peso 5 a opinião de terceiros ou nos acharmos que sabemos tudo, os
sabichões.
Somos
especiais, mas não podemos nos apegar as coisas, ao que é dito, o que é feito,
aos medos de perder ao apego de felicidade "pra sempre", não podemos reter pessoas
que passam temporariamente por nossa vida, não podemos ter medo de perder, não
podemos ter ciúmes e insegurança, o outro não nos pertence, ele pertence a si
próprio. Apegar-se em demasia é experimentar a prisão das relações, o que
acontece se eu me sinto dona? Eu desrespeito a individualidade do outro. O que
acontece se eu fiscalizo bolsos e calças? Eu dou a chance dele errar, já que
meu emocional já imagina a cena ocorrida sem ao menos saber que isso de fato
poderia acontecer.
Razão para
amar são infinitas, mas às vezes buscamos razão para brigar, desconfiar,
persuadir, trair, magoar, ferir, fazer sofrer quem supostamente amamos mais que
tudo.
Vencer o medo
de compromisso, a síndrome de Peter Pan, a imaturidade de assumir
responsabilidades, o de levar problemas para os sogros, morar junto com os
sogros ou no quintal deles são questões preocupantes.
Querer ser
eternamente jovem, ter pânico de envelhecer, rebeldia em assumir a própria
idade, refugio constante a plásticas e procedimentos cirúrgicos, quarentões na
casa da mãe, sendo sustentado por elas, pessoas que se veem sem relacionamentos
duradouros, apenas no sexo casual ou online.
E há quem se iluda, quem gasta neurônios para entender que amor sem
atitudes concretas dificilmente é amor, quem no seu inconsciente acha que pode
mudar o outro, que não avisa o coração quando entra numa cilada, que não
respeita o bom senso.
- Arcise
Câmara
- Crédito de
Imagem: http://creionocaminho.blogspot.com.br
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