Imagem: Happiness is no Mystery
Não me arrependo muito das coisas, a
vida é maravilhosa demais para arrependimentos, mesmo que eu não tenha
delicadeza nas palavras, algumas oportunidades de voltar a atrás e refazer
coisas que foram ruins, mesmo que eu ainda diga alguns nãos com culpa, mesmo
que eu deixe de poetizar porque vez ou outra endureci meu coração, mesmo assim,
ainda não desencantei da vida, nem do ser humano, nem dos animais.
Soa despretensioso dizer que tudo
valeu a pena, mesmo que eu tenha caído e machucado, adoecido ou engordado,
mesmo com tantos porquês, mesmo que minha paciência está com metabolismo lento,
mesmo que eu desista por poucos instantes de consertar o mundo.
Então mudei posturas, deixei de
querer tudo certinho, já não me incomodo com pia suja, ou com fundamentações de
que estou indo pelo lado correto, ando lavando a alma aos pouquinhos, 3 ou 4 ou
5 vezes no mês, deixei pra lá certas vaidades, certos tocs, certos apegos,
deixei para depois os discursos prontos, gente supérflua.
Comemoro datas, ah nisso eu não
mudei, reunir com amigos me faz sorrir à toa, chega uma hora que o que importa mesmo são os
amigos porque com eles todas as perguntas são respondidas quer você goste ou
não, com eles nada é de mentira.
Nos dias de hoje amigos são valiosos
e raros, ainda bem que tenho um monte, amigos diferentes que não levantam cedo
como eu, muito menos dormem cedo por prazer, amigos com criatividade aguçada,
amigos com detalhes importantes: prontos para o que der e vier, e eu posso
contar com o aconchego de seus braços, com a amizade eterna, com o silêncio
enquanto eu choro e me acalmo, com a petrificação do meu estado emocional até
que tudo volte a fluir.
- Arcise Câmara
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