Pesamos
no assunto e nos achamos o suprassumo do conhecimento, porém estamos errados. Sei.
Sabemos
que aquele amor será dos vera, o pra valer, até que a morte nos separe, fazemos
juras, planos, véu, grinalda, paletó, festa suntuosa, violinos, flautas doces e
toda celebração de amor e felicidade que
o pacto exige. Sei.
Estudamos
para o curso de psicologia, para prestar vestibular confiantes de que essa é a
vocação, o prazer de viver, o ápice da descoberta. Sei.
Educamos
os filhos com a maestria de que nada vai desandar, que os caminhos das drogas
estão longe, que a gravidez precoce é incogitável, que falar com estranhos
serão sempre regras obedecidas, principalmente por crianças no mundo virtual.
Sei
Escolhemos
o emprego dos sonhos, com as melhores vantagens ao colaborador, com a equipe
coesa, prestativa, sensível, eficaz, pró-ativa e somos observados e valorizados
por isso. Sei
Temos
o casamento perfeito, o de contos de fadas, aquele que não é preciso brigar
pelo controle da tv, nem implorar para parceria dos afazeres domésticos, cujas
toalhas são estendidas e a educação dos filhos vistas em comum acordo, sem ser
o tolerante nem carrasco, o pacífico ou o gladiador. Sei
A
gente sabe tanta coisa, a gente sabe que a vida seria melhor com essa receita,
seria mais feliz com essa postura, seria mais plena com essas atitudes. A gente
sabe a diferença do certo e do errado, a gente sabe que não devemos achar graça
das desgraças alheias. A gente sabe que sabe muito e no fundo, lá no fundo não
sabe nada.
A
gente sonha que sabe e sabe que sonha, a gente nem tem tempo para refletir se o
que a gente sabe nos foi imposto, vem de sempre, é uma convenção ou uma vontade
própria.
A
gente decide pelas influências e não sei se sabe que elas impactam diretamente
na nossa vida e que as minhas atitudes isoladas prejudicam ou beneficiam
alguém, ou a mim. A gente sempre sabe como consertar a vida do outro, como
educar o filho dos outros, como entender porque aquela amiga não é capaz de
superar aquele probleminha minúsculo sofrido na pele. Às vezes a gente não sabe nada, nem reconhecer
os próprios limites.
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