quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Game over



Imagem: O Amor é uma Falácia

Nada de terapias, não estou desmerecendo essa área tão importante, mas como falar dos conflitos internos se eu mesma não entendia e ficava na dualidade de que não era amor, mas se não era amor porque doía tanto?
O amor nunca é morno, algo que não incomoda, que tanto faz, como tanto fez, comecei enfim a ser prática, observei as indelicadezas que reinavam na nossa relação, reproduz um amor esquisito, algo mais a ver com posse, com ego, com sentimentalismo e nhem nhem nhem, não tive tempo para aprofundar os sentimentos, não valorizava o que eu queria, não cuidava nem de mim mesma.

Trocava de pessoas, como trocava de roupas, imaginava que se sozinha ficasse, algo melhor apareceria e assim as trocas foram acontecendo, a cada troca era a certeza de que estava certa, até chegar num estágio em que tudo parecia igual e lá chegava a hora de trocar novamente.
Era fácil e descartável, saia da rotina ao encontrar novos affaires, com transito livre para fazer da minha vida o que bem quisesse, transformava desconhecidos em íntimos, dispensava apresentações mais prolongadas, precisava sentir-me feliz, alegre e o outro proporcionar esses sentimentos.

Observei casais que vivem como irmãos, casais que um ou os dois têm amantes, casais casados para manter as aparências, nada de sexo, cafuné, diálogo, dengos, chamegos, eram casais vazios por dentro e por fora, falsos que tentavam se sustentar com base no nada, casais vazios de ideais e sentimentos, casais sem utilidade nenhuma. Não era nisso que minha vida se pautava, bonito mesmo era família feliz de verdade, mulher cheirosa para ela e para o parceiro, homem de barba feita, roupas novas e bem passadas que impressionavam ambos, unhas cortadas, lixadas, aparadas, limpas e bem feitas com ou sem esmaltes.
Se vir casada com alguém que fede a cigarro, que tem cheiro de cachaça, que é mais estúpido que um troglodita, alguém que não tem pudor algum em demonstrar suas indelicadezas e fraquezas, alguém que acha que manda em você e que não é capaz nem de um singelo “por favor” ou um esplendoroso “muito obrigado”.

A colheita chegou e foi tudo por água abaixo, as coisas tinham que afundar mesmo, o essencial não existia mais, o amor evaporou, a criatura desistiu e você perdeu a paciência para o que acreditava.
- Arcise Câmara

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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