Alto lá! Eu preciso desacelerar, eu preciso respirar, sentir a respiração, parar e escutar uma boa música, estou falando tão sério, tão sério que tenho vontade de me afastar do mundo e de toda essa tecnologia que impregna na gente.
Tenho um medo gigantesco de parar e não me adaptar, de voltar às origens, de manter o sentimento acelerado sem tempo ou atenção, sem paz e sem força, sem ser calmo e bonito, sem me sentir inteira e sim na correria diária de que tudo parece automático.
Não conte para ninguém, mas queria voltar ao passado, queria poder acordar me sentindo só, abraçando esse sentimento e entendendo seu verdadeiro significado. Preciso ser apresentada a minha verdade, analisar os meus segredos importantes, despreocupar de verdade, apagar certas lembranças da memória, sair das exigências de mim mesma, queria a verdadeira liberdade de estar apenas acompanhada de mim mesma.
Outro dia sonhei que não era mais tagarela, que contemplava o nascer do sol, a plenitude de um budista, abraçava cada energia e reconhecia tudo como deveria ser, tudo em equilíbrio, tudo aprendizado, tudo em contexto interligado, nada fora de uso para a mente e a maturidade.
Chegou a hora de fugir disso, de quebrar os eixos, mesmo que eu tivesse aprendido a estrada para a felicidade, ainda precisava convencer-me a ser diferente.
- Arcise Câmara
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