sexta-feira, 12 de abril de 2013

Meu coração tem pavor em sofrer


O medo de sofrer nos engessa, nos paralisa, nos aprisiona, ontem mesmo na praia, uma pessoa chegou perto de mim e depois de papo vai, papo vem me disse que ela não gostava de ninguém e tinha 4 anos que não amava. A Renata que não amava ninguém tinha mais medo de sofrer do que de amar, tinha mais medo de ser rejeitada do que de ser feliz, tinha um luto escondido por alguém e um medo incrível de que as coisas que não deram certo se repetissem.

Era preciso muito tato para explicar que estar fechada para balanço não há problemas, quando ela insistia que era a causa da infelicidade amorosa. Deixa eu explicar direitinho, ela apenas estava fechada para o amor porque ainda nutria sentimentos bons ou ruins por alguém, ela apenas estava fechada para o amor porque Nossa Senhora Protetora dos Apaixonados ainda não tinha entrado em ação, todas as nossas regras de não namoro homens moços, não namoro senhores, não namoro baixinhos, não namoro gordinho caem por terra quando a flecha nos acerta de jeito.

Quando os olhos se encontram e a transparência das nossas almas se abraçam, todos os rótulos e regras se dissipam porque a força do amor é mais potente que a força da rejeição e a força poderosíssima do amor correspondido faz bater forte qualquer coração.

O medo de fracassar nos deixa estátuas, o medo de começar de novo em busca de um final feliz em que você desconhece dos seus contos pessoais nos aflinge, e assim, vamos quebrando o gesso das estátuas e seguindo a intuição de que "dessa vez vai ser diferente", dessa vez "eu também vou me esforçar para dar certo". dessa vez "vai ser eterno".

Assim o mundo se move, com tropeços e arrancadas, com quedas e pernas firmes, com fracassos e vitórias, e, é assim também que o nosso coração se recompõe, pulsa acelerado, e refaz os sonhos passados atualizando em metas futuras.

O nosso mundo amoroso é melhor ou pior se somos melhores ou piores, reflexo das nossas atitudes, da nossa boa vontade, da nossa motivação de que dê certo, do nosso amor, da nossa reflexão se vale a pena continuar ou se mereço além. Estamos pouco acostumados com felicidade, exigimos pouco de relacionamentos, aceitamos coisas inaceitáveis e depois de ler a cartilha erroneamente nos fechamos para o amor, quando na verdade deveríamos apenas rever atitudes que fizeram não dar certo.

- Arcise Câmara

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