domingo, 16 de dezembro de 2012

Os perigos de um suprassumo


Tenho certo horror a quem se vende como o melhor partido que uma mulher pode ter, quem se autopropaga humilde, que de humilde não tem nada, quem se acha a mistura de homem aranha com Batman e quem acha que sabe tudo e mais um pouco.
A síndrome de super heróis está por todo lugar, inclusive na internet, vejo meus textos, minhas frases e citações no facebook e percebo o quando destôo daquilo tudo, o quanto escrevo sobre fragilidades, erros, emoções, recomeços, o quanto me sinto dando 1 passo para frente e 3 para trás, o quanto a sociedade é hipócrita ou o quanto eu sou ovelha negra por agir tão diferente do que prega a maioria.
 O quanto todo mundo é solidário, alegre, feliz, integrantes de comerciais de carro novo ou de margarina, o quanto a vida é bela, só de momentos altos, incríveis e sensacionais.
A vida não me presenteia com 100% de felicidade todo o tempo e nem acho que isso existe, tem momentos que eu estou no limite do insuportável, tem dias que nem eu própria me aguento, ou aqueles dias que sinto vontade de dormir e esquecer que o mundo real existe, tem dias que forço um sorriso para não magoar quem não tem nada a ver com meus monstrinhos interiores, tem dias que me sinto pessimista e extremista e como um novo amanhecer, o sol volta a brilhar, eu vejo a luz e me sinto reconfortada pelo universo. Tenho medo de perfeição, aprendi a não me cobrar, a não me culpa, mesmo que o exercício de enxotar a culpa seja muito trabalhoso internamente, aprendi que eu mereço duas, três, quatro chances, que eu mereço reviver ou viver o que tiver vontade, que eu mereço alguém de carne e osso como eu, que eu mereço aceitar as imperfeições do outro sem amá-lo menos, que eu mereço caminhar ao lado de alguém imperfeito com o propósito perfeito de contribuir para o brotar do meu sorriso, a leveza da minha alma, o lutar por justiça, que eu possa encontrar o belo no não tão belo, a beleza interior e a paz.

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