quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Até que um dia...



Eu sempre me perguntei o que leva um ser humano a entrar no caminho das drogas, dos alucinógenos, da nóia, alguém que busca a curiosidade, a cura da carência e a expectativa de uma vida de ilusões no corrosivo, no destruidor, no algoz. E tem tantas drogas, tem a droga da comida, a droga da cocaína, a droga do corpo perfeito, a droga dos excessos de álcool, a droga da soberba, da avareza, a droga de olhar apenas para o próprio umbigo e achar que o mundo gira apenas para si. A droga da droga, os excessos, os vícios, os males, as pragas.
Corrosões atrás de sorrisos, vazio fantasiado de festas, brigas com terceiros quando na verdade você está insatisfeita é consigo mesma. E o mundo gira, as coisas pioram, a sensação de vazio aumenta, as cobranças triplicam e nos sentimos incapazes de construir relacionamentos melhores com nossas piores partes. Nos sentimos indigna de confiança, nos sentimos aptas a traições, a culpar-nos porque a culpa foi nossa, nos sentimos fragilizadas e responsabilizadas pelas coisas terem dado errado, pelos dispositivos terem se quebrado. Nos sentimos abafando a desenvolvida intuição. Nos sentimos aptas para camuflar sentimentos com comida, bebida e drogas. Nos sentimos impotentes para enfrentar a vida sem máscaras, sem desvios, sem lombadas e com paradas obrigatórias para pensar, refletir e seguir em frente.
- Arcise Câmara

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