Maria foi trocada pelo ex-marido há doze anos e ainda insiste em ser a coitadinha da história, fui trocada, aquela puta levou meu marido e blá blá blá.
Eu entendo perfeitamente que cada um tem um tempo para remoer mágoas e rancor, mas 12 anos é demais.
Maria é linda, inteligente, legal, bom papo e bom partido e só tem um defeitinho, não é feliz, não busca felicidade e, portanto, não a encontra. Não casou de novo, não curte sua própria companhia porque ela simplesmente não aceitou a sua situação. Ela se perde dramatizando e acho que nunca aceitará isso. Percebi quantas Marias existem no mundo, percebi que estava tendo leves síndromes de Maria, percebi que era mais fácil me lamentar que chutar o balde, era mais fácil me fazer de vítima a me posicionar. Não tinha forças para destruir meus sonhos e meus projetos porque assim me abandonaria. Percebi que minhas convicções, crenças e projetos de nada importava se eu não estava e me sentia feliz. E foi assim, de degrau em degrau que vou matando a Maria que quer reinar dentro de mim. Não sou vítima do mundo, não sou a coitada, luto por tudo que acredito e amo. Tenho uma experiência para contar sobre isso. Prestei vestibular numa faculdade particular denominada “pagou, passou” e não passei, me senti burra, não aceitei aquela condição de vestibulanda reprovada e dramatizei. Percebi o drama, enxuguei as lágrimas e voltei a estudar, em seis meses entrei na universidade federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário