Meu coração grita de dor, pareço perdida, talvez eu
possa mudar de ideia em algum momento, nunca gostei de autopromoção, sou avessa
a esse comportamento, não sou de regras, uso maquiagem quando quero.
Embora ainda estivesse totalmente perplexa com
perdas de sono, muita negatividade já tinha se tornado um hábito para mim, nada
para mim era muito sério ou íntimo, eu só pensava no último adeus.
Chocada
demais para reagir, sempre estive à disposição para tudo que precisar, algumas
pessoas usam enterros apenas para socializar e nem pensam em quem acabou de morrer,
é muitas risadas e piadas.
Os sábios eram irritantes, com uma liberdade sempre
no caminho, com o mundo de facilidades, eu sou da geração medicalizada, meus sentidos
humanos têm poderes que nem sempre é explicado pela lógica.
A simples menção a um presente me afetava de tal
forma inimaginável, como se eu não fosse digna de nada. Sempre tive que esperar
um pouco mais para subir mais um degrau, era difícil assumir o controle do meu
destino.
Toda uma época de minha vida que eu achava ter
apagado da memória não tinha sido, sempre é muito fácil se depreciar e colocar
no outro qualidades que não lhe pertencem, a gente não é só medo, a gente é um
manual.
Fiquei constrangida, eu estou fazendo o que posso
para salvar a gente, chega de autocomiseração, agora eu me sinto muito grata por
todos os foras do universo, abro mão daquilo que cumpriu seu propósito.
A única coisa que eu não consigo fazer é descartar
emoções antigas, ensinei um bom caminho para meus filhos, onde eles pudessem
moldar sua personalidade, mas esqueci de aplicar esses ensinamentos para mim.
Precisava de alguns instantes para processar tudo,
relacionamentos, amor, gentileza. Estou aprendendo a agradecer tudo que
conquistei, você mal fala comigo e agora quer consertar o nosso relacionamento,
assim eu desacelero.
Arcise Câmara
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