Não sou de me empolgar fácil, já mudei radicalmente de
vida, incluindo perdas, já tive oportunidade de ir embora e fiquei, já me
separei de quem amava com menos de trinta anos. Já fiquei desmotivada para o
amor.
Deixei de mencionar frequentemente os nomes dos ex, eles fazem
parte da minha vida, de um momento feliz, de modo explícito posso dizer que deu
certo, cedo ou tarde a rotina diária e o amor diminuído ia acabar.
Encaro a vida amorosa como encaro um novo emprego, não
vou para a guerra, também não tenho muitas inspirações para deixar as coisas
mágicas, sou do menos é mais, sou do que é pra ser, será.
Quando vejo as notícias sensacionalistas e o tanto de
morte em nome do amor e do ciúmes fico angustiada, não dou corda para ciúmes
bestas e nem acho fofinho, bonitinho ou prova de amor.
Sou de compromissos, de aprender sobre o dia a dia, de
acordar de manhã sem pressa, de ter um cachorro de estimação, sou que o tipo de
pessoa que não me estresso por atraso.
Gosto de ir sempre pelo mesmo caminho, gosto de colocar a
foto do amado na carteira, gosto de abraçar a todos, amo coisas baratas e vivo
a vida com muitas experiências e coisas boas para contar.
Quando falo abertamente do carinho que sinto pelas
relações que já passaram, ninguém entende, mas eu acredito que eles são melhores
depois de mim e eu sou melhor depois deles.
Com
o tempo o melhor virá, a gente começa a se afastar de pessoas ilógicas, a gente
perdoa com mais facilidade, a gente curte ser gentil e não olha para o problema
de ninguém.
Com
o tempo nos afastamos dos falsos amigos, vencemos nossas batalhas pessoais,
somos mais honestos e francos conosco, com o tempo podemos ser mais bondosos ou
mais intolerantes, com o tempo construímos muros de tudo que não queremos,
talvez por isso essa exigência.
Arcise
Câmara
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